Conquista: Uesb sedia seminário ‘A Presença Indígena e Quilombola no ensino superior da Bahia’

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Por Juraci Santana

Foto: Divulgação
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Em pleno mês da Consciência Negra, a Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (Uesb) promoveu, hoje (3), o seminário “A presença indígena e quilombola no ensino superior da Bahia”, uma oportunidade onde foram discutidas as questões afirmativas e cotas adicionais para quilombolas e indígenas na Bahia e no Brasil. O evento marcou o lançamento da Uesb enquanto órgão integrante da Rede de Combate ao Racismo e à Intolerância Religiosa. O instrumento – que tornou-se política pública de estado em 2013 – tem como objetivo tornar públicos os casos de racismo e intolerância religiosa, além de oferecer suporte jurídico às vítimas. “A Rede reúne 28 instituições entre os poderes de Justiça, e também as universidades estaduais. No âmbito federal, também a Ufba (Universidade Federal da Bahia). Além disso, a Rede reúne organizações da sociedade civil que historicamente têm enfrentado o racismo e a intolerância religiosa no estado da Bahia”, afirma Vilma Reis, coordenadora da Rede de Combate ao Racismo e à Intolerância Religiosa.

O seminário realizado na manhã de hoje faz parte de uma série de quatro outros eventos de preparação para o 1º Encontro Estadual de Estudantes Indígenas e Quilombolas da Bahia, previsto para o próximo ano.

Segundo professor Benedito Gonçalves Eugênio, as políticas afirmativas e cotas adicionais para quilombolas e indígenas foram e ainda são um caminho de inclusão para muitos estudantes, porém ainda falta a presença maior das instituições de ensino e, principalmente, do estado na vida acadêmica desses indivíduos. “A demanda não é só pelo acesso, mas também pela permanência. Além disso, é preciso que o estudante aprenda. As universidades que implementaram as políticas afirmativas têm essas demandas. Então, seria como um tripé de necessidade: acesso, permanência e aprendizado de qualidade”, conclui.

De acordo com a pró-reitora de Extensão e Assuntos Comunitários da Uesb, Maria Madalena Souza dos Anjos Neta, a proposta de inserção da Uesb na Rede partiu de um grupo de alunos quilombolas e indígenas, e estava de acordo com ações de políticas afirmativas da Universidade. “São questões que precisamos trazer para a universidade, pois não adianta só trazer para a universidade. É preciso que haja a permanência, principalmente os que origem quilombola ou indígena, pois ainda há muitas práticas de racismo, preconceito, então a gente precisa trazer essa discussão para não permitir que coisas do tipo aconteçam”, defende Madalena Neta.

O professor de capoeira Henrique Silva Lima esteve presente no evento. Ele faz parte de uma comunidade remanescente de quilombo, o território de Lajinha, em Piripá, que conta com mais de 300 integrantes. Segundo ele, lá são poucos os que têm acesso ao ensino superior e a Uesb trazer essa discussão para o âmbito acadêmico é importante, porém ainda é pouco diante de tudo que precisa ser feito: “eu acho válido, porém é muito pouco. É preciso que isso se torne semestral, trimestral ou talvez todo mês.”

Diante da cobrança de Henrique, a pró-reitora da Uesb garante que o seminário de hoje é só um de uma série de eventos que farão parte de todo um mecanismo de discussão a ser promovido pela instituição. “Essa é só uma das ações, e para o ano que vem tem toda uma agenda para todas a universidades discutirem, e não ser apenas uma questão pontual”, finaliza Madalena Neta.



Educação, Sudoeste, Vitória da Conquista

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