Opinião: A falta d’ água em Encruzilhada

Por Azenilton Prado Melo

A cidade de Encruzilhada vem sofrendo nas ultimas duas décadas com a escassez de água principalmente no período do verão. Assim que acaba o inverno e as altas temperaturas assolam a cidade, o fluxo de água do Rio Água Preta diminui drasticamente o que torna quase impossível a captação de água para abastecimento regular a população. Esse mesmo rio que até a década de noventa era perene, hoje devido as irrigações, assoreamento e descuido com a nascente junto com o descaso publico fez com que praticamente o seu curso normal desaparecesse. Prejudicando por completo o limitado e ultrapassado abastecimento de água inaugurado entre o fim da década de oitenta e início dos anos noventa.

Na tentativa de amenizar essa situação a embasa fez uma obra emergencial e improvisada no Rio Pardo para captação de água nos períodos em que não fosse possível o abastecimento pelo sistema principal. O problema é que o Rio Pardo que abastece várias cidades do estado de Minas Gerais e Bahia também está pedindo socorro, passando pelos mesmos problemas de assoreamento e irrigações ilegais, aliado a isso, uma seca histórica que já perdura por um longo período sem perspectivas de mudanças.

O problema não foi resolvido. E para piorar, não é só a sede do município que anseia por água. Os distritos também presenciam a morte dos rios e seus afluentes responsáveis pelo abastecimento de lugares como Boa Vista da Tapera, Vila do Café e etc. Há muito tempo atrás, esse cenário catastrófico era previsto; caso nada fosse feito para preservar os mananciais locais. Nada foi feito e hoje a população padece.

A escassez de água não é privilégio só de Encruzilhada, recentemente a maior cidade do país sofreu com a falta do líquido. Vitória da Conquista, terceira maior cidade do Estado da Bahia também tem seus problemas no abastecimento e sempre recorrer ao racionamento para paliar o volume baixo nas barragens. É preciso mobilização. Alguns grupos voluntários de cidadãos ativistas já procuram alternativas para evitar ou pelo menos amenizar os impactos humanos nas nascentes e margens dos rios.

A cidade de Ibicuí é um bom exemplo, onde ‘os amigos da natureza’ vem fazendo um trabalho de recuperação das nascentes e  reflorestamento das margens. Localizando e protegendo as nascentes para que a preservação seja constante e permanente.  Encruzilhada precisa se organizar nesse sentido, lamentavelmente todo ano é assim; se alardeia muito, mas basta a primeira chuva e o problema é esquecido.

 

 



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