Tributo ao nosso Osório jeito de ser

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Por Marcísio Bahia

Foto: Arquivo Pessoal
Foto: Arquivo Pessoal

Os botecos são a referência do encontro e a marca na vida de muitos conquistenses, boêmios ou não. Muitos desses lendários locais já não existem mais, e a cada perda a cidade empobrece um pouco. Ainda resistem alguns, mas a baixa dessa vez corta-nos na carne. Perdemos Osório, um daqueles compadres onde o melhor que nos servia não era a gelada, a dose, os quitutes, mas sim o congraçamento de décadas a fio de amizades debruçadas sobre o balcão, de encontros regulares ou inesperados. A figura de um homem que dedicou todo seu tempo a ser um elo de formação de outros elos, com sua cativante rabugice, seu conhecimento sobre o futebol, e sua eterna disponibilidade de servir e agradecer sempre a presença dos amigos em seu ambiente de trabalho. Ele soube, mais do que ninguém, fazer do espaço uma extensão da casa dele, e das nossas casas.

Entristece-nos conviver com a perda de um trabalhador dedicado, um pai que transbordava amorosidade, cuidando da família dele enquanto cuidava de nós também, como se dela também fôssemos.  Gastou a saúde no labor diário atrás de um balcão, sendo confidente de nossas dores, senhor de nossos destinos, sempre com a palavra certa brotando do coração de um homem sábio e simples. Tem gente que morre e nos deixa sem palavras, mas a passagem desse Miguelense, mestre do cotidiano, remete-nos ao dicionário de uma vida, onde rasgadas homenagens a sua contribuição à Terra ainda seriam poucas.


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