Por Mariana Kaoos
Igor é um menino. Um menino diferente de todos os meninos das redondezas. Tem olhos bem escuros e cabelos cacheados. É do signo de libra. Calmo, quieto, observador. Desde pequeninico, ele sempre foi curioso para os segredos da existência. Adorava mexer com números e brincava de fazer poções, misturas estrambólicas que, para a surpresa dos pais e irmão, no final das contas, sempre possuíam um gosto agradável. Se auto intitulava explorador. Nos finais de semana, Igor colocava seu tênis nos pés, a mochila nas costas, enchia de água seu cantil e ia explorar canto por canto da cidade em que morava.
Quando cresceu, digo, quando ganhou mais alguns anos de vida e finalmente saiu de casa, Igor foi morar na cidade grande. Ah, as luzes e cores de Vitória da Conquista enchiam de encanto os olhos do menino. Embora tivesse adquirido barba, voz grossa e todas essas outras coisas que homem grande possui, Igor ainda era um eterno menino cheio de paixão e pureza no peito. Na época, ele viera para Conquista porque passara no vestibular de física, na Uesb.
E foi mais ou menos nessa época em que tudo aconteceu: Igor desenvolveu alguns gostos peculiares. Descobriu um time de rugby na cidade e logo se pôs a jogar. Em paralelo a isso, o menino se apaixonou, subitamente, pelo universo da fotografia. Ah, eram cliques pra lá, cliques pra cá o tempo inteiro. Por fim, Igor, como todo estudante universitário descortinou um novo caminho de prazeres e surpresas. Começou a ir para festas, a paquerar e a beber. Bom, a questão da bebida na vida de Igor é o grande motivo para a escrita dessa matéria e é exatamente sobre que isso que agora eu vou falar.