

Um caso inusitado gerou ampla repercussão nesta semana em Salvador. Uma mulher entrou com uma ação judicial por danos morais contra a empresa onde trabalha, alegando ter sido alvo de chacotas e constrangimentos após solicitar licença-maternidade para cuidar de um bebê reborn — boneco realista geralmente utilizado como suporte terapêutico.
A ação foi protocolada na última terça-feira (27) no Tribunal Regional do Trabalho da 5ª Região (TRT-BA), com pedido de indenização no valor de R$ 10 mil. Segundo a defesa da funcionária, o objetivo do processo não era pleitear o benefício legal da licença, mas sim reparar os danos emocionais sofridos devido às humilhações no ambiente de trabalho.
De acordo com os advogados da trabalhadora, desde que manifestou seu desejo de se afastar temporariamente para cuidar do boneco — com o qual mantém vínculo afetivo —, a funcionária passou a ser ridicularizada por colegas e superiores, o que teria afetado sua saúde mental.
No entanto, após a divulgação do caso e a forte repercussão nas redes sociais e na imprensa, os advogados envolvidos decidiram retirar a ação na quinta-feira (29), diante das críticas recebidas. A equipe jurídica declarou que a decisão foi tomada para preservar a integridade da cliente, que se encontra emocionalmente abalada com a exposição pública.
O caso reacende o debate sobre os limites da saúde mental no ambiente de trabalho, a importância de ambientes corporativos mais inclusivos e a delicada linha entre questões psicológicas e direitos trabalhistas. Até o momento, a empresa não se pronunciou oficialmente sobre o ocorrido.


