Por Gabriel José – Estudante de Cinema da Uesb
Desde 2008 que o Universo Marvel foi integrado para o cinema , a ideia sobre um filme de super herói nunca mais foi a mesma, com ressalva da impecável trilogia Batman , vindo das mãos do gênio Cristopher Nolan . Em 2009 com a entrada da Disney, o tratamento dado a esses filmes só veio melhorar para indústria do entretenimento, a expectativa gerada em torno desse universo é tão grande que até quem não é fã da obra de Stan Lee , acaba se tornando . Assim como quando assistimos a um filme ou uma série nós nos emocionamos com os protagonistas, nos quadrinhos acontece a mesma coisa. E a Marvel fez de forma incrível que foi trazer todas essas histórias para a tela. Para o publico que cresceu na companhia desses personagens isso não tem preço.
Capitão América: Guerra Civil é um dos filmes mais aguardados desta saga , porque o futuro dos personagens da Marvel no cinema depende dos acontecimentos ligados a esse filme: Capitão América, lidera a nova equipe dos Vingadores em seus esforços para manter a humanidade em segurança. Depois que outro incidente internacional envolvendo os Vingadores causa danos consideráveis, o aumento da pressão politica resulta na implementação de um sistema de responsabilidade e um conselho governamental para determinar quando pedir ajudar da equipe. O ato divide as opiniões, originando duas facções. Uma se alia ao Capitão América, que busca defender a humanidade sem a interferência do governo. Já a segunda é liderada pelo Homem de Ferro que decide apoiar as decisões do governo, dando início a uma batalha entre ex-aliados.
A direção ficou a cargo dos irmãos Anthony e Joe Russo, e eles acertam na veia o equilíbrio narrativo do filme, a continuidade em relação ao Soldado Invernal é obviamente fluida, a amizade entre o Steve Rogers e o Buck movimenta a trama e só depois de uma certa culminância, é que o filme se estabelece no elemento Guerra Civil, então não é um filme disfarçado pros Vingadores, é o Capitão América o centro da ação, e isso é um ponto bastante positivo.
Existe uma forte temática nas questões levantadas sobre liberdade versus responsabilidade, heroísmo versus vigilantismo Capitão América Guerra Civil faz seu publico entender os dois lados da moeda, fazendo o espectador ficar em conflito. Como a maioria dos personagens já conhecidos do grande publico, presentes em filmes anteriores, não era necessário muito desenvolvimento de personagens, aqui o desafio é dar o devido destaque a todos e que com isso leve o filme adiante e isso é exercido muito bem. A Feiticeira Escarlate, tenta lidar com as consequências de seu poder, o Visão tenta entender os elementos do comportamento humano, a Viúva Negra possui o conflito interno mais forte de toda história, o Homem formiga é bastante carismático muito engraçado, o Homem-Aranha do Tom Holland é sensacional. O Pantera Negra é um personagem com bastante desenvolvimento e grande importância na narrativa.
As faíscas entre o Steve Rogers e o Tony Stark são muito gratificantes, porque esse conflito já vem sendo desenvolvido desde Vingadores (2011).
Um grave problema aqui é o antagonista interpretado por Daniel Burll, na misteriosa figura de Zemo. Desprovido de muitas características que compõem um bom vilão , ele , aparece em uma versão bastante diferente dos quadrinhos, o que pode encontrar resistência entre alguns fãs. ele não tem objetivos, o funcionaria normalmente sem ele a Marvel continua com seu acervo de vilões medíocres e sem brilhantismo algum com exceção do Lookie.
A ação retratada é conduzida magistralmente de uma forma espetacular, as primeiras sequências com aquela pegada câmera na mão, a sequência do aeroporto é uma das melhores vistas em um filme de super herói, a ação vem bem na sua cara, é próxima, é vibrante isso faz com que o CGI, pareça essencial, e não gratuito, essa cena é digna de aplauso.
A aposta da Marvel parece ter sido mais feliz. A maneira como decidiu transpor para as telas grandes o seu Universo dos quadrinhos parece agradar mais os espectadores do que a maneira como a DC acabou levando para as telas o seu Universo nessas primeiras décadas do século XXI. Apesar de serem apenas duas maneiras diferentes de trabalhar, Marvel conseguiu mais uma vez vencer mais uma na guerra que trava com DC.