Conquista: Polícia ainda não tem pistas do assassinato de travesti na Lagoa das Flores

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A Polícia Civil de Vitória da Conquista investiga as circunstâncias da morte de um travesti de 26 anos na cidade. O corpo foi achado na segunda-feira (26), no bairro Lagoa das Flores. Nesta segunda-feira (28), a família da vítima foi recebida na unidade policial, mas o depoimento não teve teor divulgado. O grupo LGBT da cidade suspeita de que o rapaz pode ter sido vítima de transfobia.

De acordo com informações da 77ª Companhia Independente da Polícia Militar (CIPM), o corpo foi achado com perfurações de arma de fogo em um matagal nas proximidades do Distrito Industrial. Segundo populares do bairro, que localizaram o corpo e acionaram a polícia, a vítima usava roupas femininas e estava sem documentos pessoais.

O corpo foi identificado por familiares no Departamento de Polícia Técnica (DPT). O delegado Marcus Vinícius, titular da 10º Coordenadoria de Polícia Civil do Interior (Coorpin), afirmou que as apurações estão em fase inicial e que os investigadores estão em busca de informações que levem aos suspeitos. A polícia não deu mais detalhes sobre as investigações a pedido dos familiares da vítima.

De acordo com o coordenador de políticas LGBT de Vitória da Conquista, Danilo Bittencourt, a vítima, identificada como Leandro Boita, era natural do Rio Grande do Sul. Ele conta que ela fazia programas na BR-116, usando o nome Fernanda, e também era modelo.

“Ela só se vestia de mulher para se prostituir à noite. Durante o dia, sempre se apresentava com identidade masculina. Como a família não aceitava sua condição de ser gay, precisou sair de casa e, para conseguir sobreviver, começou a se prostituir, o que dá muito dinheiro aqui na cidade”, afirmou.

Bittencourt desconfia que o crime tenha sido motivado por transfobia, intolerância  às pessoas transexuais e transgêneros. “O que mais me choca nesse caso é a forma como ela foi morta. Comparado as outras, ela era uma das mais pacatas. Não tinha nenhuma referência de briga ou discussão com clientes e também não bebia e nem usava drogas. O laudo não informa detalhes de agressão física,  apenas cita que houve tiros na cabela, considerado crime de execução. Com certeza, foi morta pela sua condição de ser transformista”, afirma.

De acordo com o coordenador, Fernanda era cadastrada no serviço de acompanhamento do setor de políticas LGBT, que presta apoio social, jurídico e psicológico a gays, lésbicas, travestis e transexuais vítimas de violência na cidade. Ela vinha sendo acompanhada há dois anos. “Era uma das pessoas que a gente atendia aqui. A gente a acompanhava pelas dificuldades que ela tinha com a família e sempre tentava encaixar ela em algum curso profissionalizante, para que não continuasse atuando como profiussional do sexo”, diz.

A polícia informou que ainda não há informações sobre autoria e motivação do crime, que é investigado pela Delegacia de Homicídios. O corpo foi enterrado no cemitério municipal de Vitória da Conquista, localizado no bairro Kadija, na manhã de terça-feira (27). Com informações do G1 Bahia



Polícia, Vitória da Conquista

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