Por Gabriel José – Estudante de Cinema da Uesb
O grande problema desta segunda empreitada cinematográfica do diretor Marc Webb com os quadrinhos criados por Stan Lee e Steve Ditko (usando também alguns conceitos da reinvenção feita por Brian Michael Bendis na década passada) é que o roteiro perde tanto tempo tentando ampliar o universo do personagem e lançar ganchos a serem explorados em outros filmes que, por vezes, esquece de seu personagem-título, justamente quando encontra o tom certo para o protagonista.
Peter Parker (Andrew Garfield) parece ter equilibrado seu papel como Homem-Aranha, o namoro com Gwen Stacy (Emma Stone), faculdade e trabalho. Mas ainda se vê assombrado pelo passado, tanto pela promessa feita ao falecido pai de Gwen de se afastar da moça, tanto pelo misterioso desaparecimento de seus pais. Mas o retorno de seu velho amigo Harry Osborn (Dane DeHaan) traz novas revelações sobre a perigosa companhia Oscorp, de onde surge um novo vilão, o poderoso e mentalmente instável Electro (Jamie Foxx).
A franquia deixa de lado as angústias artificiais do seu Peter Parker e permite que Andrew Garfield nos apresente a um herói divertido e que gosta de abraçar o seu lado aracnídeo com muito bom humor, interagindo com os cidadãos de Nova York e zoando seus inimigos sem dó. A combinação de piadas infames e cenas de ação incríveis (embora eventualmente artificiais, especialmente por conta de seu principal adversário) parece transpor a energia dos gibis para a telona. A direção de fotografia de Daniel Mindel repleta de cores vivas captura muito bem essa alegria do filme. Some-se isso aos ângulos extremamente dinâmicos pelos quais a ação é retratada e temos um verdadeiro banquete para os olhos.