Na noite de hoje (segunda-feira) a Comissão da Verdade de Vitória da Conquista recebeu a última clandestina da ditadura no Brasil, Maria José Malheiros. O evento contou com a presença de membros da comissão, como, por exemplo, o professor Ruy Medeiros, o ex-vereador Alexandre Pereira, o parlamentar Florisvaldo Bittencourt, além do deputado Marcelino Galo, o jornalista Emiliano José, dentre outras autoridades.
Durante entrevista coletiva concedida a imprensa, Maria José revelou os tempos que viveu em Conquista. Ela veio para a capital do Sudoeste como ‘filha’ do também militante político José Gomes Novais, com o nome de Maria José Novais.
Há 30 anos morando na França, Maria José lembrou dos tempos difíceis na época e se emocionou quando falou de Vitória da Conquista.
Saiba mais:
Maria José Malheiros foi expulsa da Escola de Belas Artes da Universidade Federal de Goiás, demitida do jornal O Popular, por conta da censura, perseguida e sequestrada em casa por agentes do Departamento de Ordem Política e Social (DOPS). Para fugir do regime passou por São Paulo, Goiânia, Rio de Janeiro. Refugiou-se em Vitória da Conquista e em Salvador. Foi Maria Neide e Maria José Novaes, antes de ser Maria José Malheiros. Militou e atuou na campanha pela anistia ao lado de Emiliano José, José Sergio Gabrielli, Oldack Miranda, José Carlos Zanetti, Milton Vasconcelos, Péricles Souza, Jorge Almeida, dentre outros. Atualmente, além de trabalhar na prefeitura de Paris, onde reside há 30 anos, a baiana formada pela Universidade Federal da Bahia em arquitetura e urbanismo é professora universitária. Em outubro recebeu anistia do Estado Brasileiro durante a 76ª sessão da Caravana da Anistia, realizada na Faculdade de Direito da USP, em São Paulo. Ela adotou definitivamente o nome usado na clandestinidade, repassado aos filhos. Com informações de Daniel Ferreira