Transdisciplinaridade e Reconhecimento: O Curso de Jornalismo da UESB nos Festivais de Audiovisual e Fotografia Documental Uma análise sobre a formação híbrida e sua repercussão nos festivais

Alunos da Uesb selecionados Foto: Gabriel Campacci

O curso de Jornalismo da Universidade Estadual do sudoeste da Bahia (Uesb) vive um momento importante, com uma nova geração de profissionais se destacando dentro e extra muros da universidade. O projeto Audiovisualidades Híbridas, coordenado pela jornalista, artista e professora Dra. Adriana Camargo, tem sido uma mola propulsora dessa transformação. O projeto, que propõe uma abordagem transdisciplinar e inovadora, une as linguagens da imagem, som e artes para criar uma formação única, capaz de expandir horizontes e desenhar um novo perfil de jornalista.

Além de Adriana Camargo, a coordenadora do projeto, o Audiovisualidades Híbridas conta com a participação de colaboradores qualificados, incluindo professores, artistas, jornalistas, e especialistas com mestrado, doutorado e pós-doutorado, vindos de diversas partes do Brasil. Essa diversidade de origens e formações evidencia a multidisciplinaridade do projeto, que busca integrar uma ampla gama de conhecimentos e promover trocas de experiências enriquecedoras. Esse intercâmbio de saberes tem sido fundamental para a formação dos estudantes do curso de Jornalismo.

No mês de março, 10 estudantes da turma de fotojornalismo 2025.1 foram selecionados com produtos audiovisuais e com fotografia documental em dois festivais: Festival FotoDoc e Festival do Minuto. Alguns desses foram escolhidos em mais de uma categoria e em várias convocatórias, o que reflete não apenas a qualidade do ensino oferecido, mas também o impacto profundo da parceria entre as disciplinas ministradas pela professora como Fotojornalismo, Linguagem e Produção Fotográfica, Teorias da Imagem e do Som e o projeto de pesquisa Audiovisualidades Híbridas que hoje se evidencia como tripé de ensino, pesquisa e extensão oferecendo transversalidades na formação discente entre a criação e criatividade como pensamento para além da técnica.

A Transformação Pessoal e Profissional dos Estudantes – Para Iury Medrado, estudante do quinto semestre, a atividade de fotojornalismo em parceria com o projeto foi um divisor de águas. “Hoje, vejo como o esforço vale a pena e como correr atrás dos nossos sonhos faz toda a diferença. Graças à Adriana, eu pude enxergar o jornalismo de uma nova forma e perceber quantas oportunidades surgem quando ampliamos nossa visão”, relata. Para ele, a experiência de estar imerso em um ambiente acadêmico que estimula a criatividade e a sensibilidade tem sido fundamental para sua formação e crescimento como futuro profissional.

Da mesma forma, Daniel Lacerda, selecionado no Festival do Minuto, compartilha sua experiência transformadora: “Acredito que a produção do trabalho me fez perceber uma nova oportunidade dentro do jornalismo e da arte como um todo… A partir dos produtos que a gente entrega à professora Adriana, consigo me aproximar mais da minha parte artística, a qual eu sempre achei que não tivesse muita aptidão. E ser reconhecido por esse trabalho torna o processo de aprendizagem muito mais leve e prazeroso, motivando-me ainda mais a produzir e participar de outras convocatórias no futuro”.

Outro exemplo é Talita Santos de Oliveira, selecionada nas categorias foto destacada e ensaio fotográfico do Festival FotoDoc. Para ela, a aprovação foi um marco significativo em sua carreira e trajetória acadêmica. “Para mim, a importância e o significado de ter sido aprovada foi enorme. Todo o trabalho foi uma chance de sair da minha zona de conforto e conhecer novas coisas. Eu tive a chance de conhecer o pessoal do movimento de cultura da cidade e a luta deles para restaurar o madrigal (onde eu fotografei) e outros lugares. Toda essa parte de conhecer o outro, ver uma cidade que eu achava que já conhecia por outro ângulo e continuar aprendendo conforme eu desenvolvia o trabalho, para mim, isso é a parte essencial do jornalismo”, compartilha Talita.

Além disso, ela destaca como sua formação na UESB, especialmente na disciplina de Linguagem e Produção Fotográfica oferecida pela professora Adriana, foi fundamental para o seu crescimento: “Sempre gostei de fotografia — geralmente, eu tirava fotos pelo celular ou pela instax. Mas com a universidade e graças à disciplina da professora Adriana, eu comecei a ver isso como uma provável carreira. Depois de aprender a mexer na câmera, comecei a fotografar como freelancer e criei um interesse ainda maior por fotografia e direção de arte. Então, definitivamente me vejo seguindo algo assim no futuro, talvez.”
Para Anna Júlia Ferreira, a experiência de ser selecionada para o festival também trouxe uma nova perspectiva. “Para mim, ser selecionada para o festival me faz acreditar que tudo é possível, e que posso explorar vários lados do jornalismo e não ficar somente presa ao telejornalismo. Me faz estar de mente aberta para as possibilidades, e me faz estar segura para me jogar em outros festivais”, afirma, ressaltando a importância do reconhecimento e das oportunidades que surgem ao explorar novos campos dentro da profissão.

Esses testemunhos demonstram como a formação oferecida pela instituição, especialmente por meio da parceria entre a disciplina de Fotojornalismo (2025.1) e o projeto Audiovisualidades Híbridas, não apenas capacita os discentes tecnicamente, mas também os ajuda a descobrir novas habilidades e interesses, como a direção de arte, a fotografia documental, fotojornalismo e a fotografia autoral.

Jornalista, artista e professora Drª. Adriana Camargo

O Valor da Formação Transdisciplinar – O sucesso desses estudantes demonstra o valor de uma formação transdisciplinar no jornalismo, que vai além das práticas convencionais e abre portas para a exploração de novas formas de expressão e produção. A professora Adriana Camargo tem sido uma das mentoras desse movimento dentro da universidade. Sua proposta de ensino busca preparar os discentes para um jornalismo mais sensível, criativo e conectado com as transformações sociais e culturais do mundo contemporâneo. Como ela mesma afirma, “a transdisciplinaridade é a chave para entender o contexto contemporâneo, e a verdadeira inovação está em conectar áreas do saber que antes eram vistas como separadas.”

O curso de Jornalismo da Uesb está formando profissionais mais completos e preparados para enfrentar esses novos desafios. A seleção nos festivais de fotografia documental e audiovisual é apenas uma das muitas conquistas que estão por vir. E, acima de tudo, representa a transformação de cada estudante em um novo tipo de jornalista, preparado para as novas demandas e nichos de mercado, entendendo o saber a partir de multiplataformas e possibilidades no âmbito local e global.

Fonte: Ascom



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