
Por Allan Victor
O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) anunciou na última terça-feira (18) que pediu licença do seu mandato para permanecer nos Estados Unidos. O político formalizou o pedido de afastamento à Secretaria-Geral da Mesa da Câmara dos Deputados na quinta-feira (20) e no sábado (22) o Presidente da Câmara, Hugo Motta, acatou uma licença de 120 dias por “interesse particular”.
A motivação do pedido é consequência da ação movida pelos deputados Lindbergh Farias (PT) e Rogério Corrêa (PT), que solicitaram ao STF a apreensão do passaporte de Eduardo, com a alegação de traição à pátria e tentativa de constrangimento às autoridades da Corte. Os deputados do PT argumentaram que, pela sua postura, ele não poderia ocupar a presidência da Comissão de Relações Exteriores da Câmara, cargo que estava concorrendo.
As críticas por parte do deputado ao ministro do STF continuaram, ao ponto dele alegar que Alexandre de Moraes utiliza seu mandato como ferramenta de coerção e chantagem. “Não vou me acovardar nem me submeter a esse regime e seus truques sujos. Da mesma forma que assumi meu mandato para representar o Brasil, decido abdicá-lo temporariamente para continuar representando os milhões de brasileiros que confiaram em mim”, declarou Eduardo Bolsonaro.
Em vídeo postado nas redes sociais, o deputado disse que busca por punições para o ministro. “Aqui [nos EUA], poderei me concentrar em buscar as justas punições para Alexandre de Moraes e sua ‘gestapo’ da Polícia Federal. Vocês, homens frágeis e vaidosos, pensaram que iam me chantagear com os benefícios do cargo, mas erraram miseravelmente.”, enfatizou o político.
O termo “gestapo”, na declaração, foi utilizado em referência à polícia secreta oficial da época da Alemanha Nazista, responsável pela perseguição, tortura e prisão de opositores políticos, para reforçar os impulsos intolerantes do regime autoritário.