O inquérito aberto pelo Ministério Público da Bahia (MP-BA), busca investigar os eventuais danos morais causados por Cláudia Leitte às religiões de matriz africana após trocar o nome da Orixá Iemanjá na música “Carangueijo”. A cantora tem até 15 dias para se manifestar sobre o caso.
Na música original, a letra diz: “Saudando a rainha Iemanjá”, mas a artista cantou: “Eu canto meu Rei Yeshua”. O termo Yeshua significa “salvar” em hebraico e, em algumas religiões, é considerado o nome original de Jesus Cristo. O vídeo viralizou nas redes sociais, a troca gerou polêmica e acusações de descriminação e desrespeito às crenças de matriz africana.
A denúncia foi feita pela yalorixá Jaciara Ribeiro e pelo Instituto de Defesa dos Direitos das Religiões Afro-Brasileiras (Idafro). O texto argumenta que tanto a Festa de Iemanjá, mencionada na letra original, quanto o próprio Orixá são patrimônios culturais resguardados por lei. Dessa forma, a alteração da música pode ser vista como racismo religioso.
Em uma coletiva de imprenssa antes da sua apresentação no Festival Virada Salvador no mês passado, a cantora falou pela primeira vez sobre o caso. “Esse é um assunto muito sério. Daqui do meu lugar de privilégio, o racismo é uma pauta que deve ser discutida com a devida seriedade, e não de forma superficial”, declarou Cláudia Leitte. “Eu prezo muito pelo respeito, pela solidariedade, pela integridade. A gente não pode negociar esses valores de jeito nenhum, nem colocar isso dessa maneira, jogado ao tribunal da internet. É isso”, concluiu.
Por: Carol Souzza