O resgate de animais silvestre na cidade e na Zona Rural de Vitória da Conquista tem sido cada vez mais frequente. Para isso, a Prefeitura conta com um Grupo de Apoio ao Meio Ambiente (Gama), da Guarda Municipal, que é responsável por essas ações. No último domingo, por exemplo, o Gama capturou uma jiboia de aproximadamente dois metros, no povoado Rancho Alegre, situado no distrito do Iguá, Zona Rural do município. O animal foi capturado e levado ao Centro de Triagem de Animais Silvestres (Cetas), onde recebeu os cuidados veterinários.
A equipe do Gama foi acionada por moradores, que ao perceberam o sumiço de galinhas num sítio da localidade, ficaram atentos e descobriram que a jiboia estava se alimentando das aves. Devido à cor acinzentada, ela consegue se camuflar em meio às folhas e galhos secos e se adapta bem à fauna da caatinga.
Espécie comum nas Américas, especialmente no interior do Brasil, a jiboia-constritora é da família das serpentes que não possuem veneno. Ela se alimenta de pequenos mamíferos, roedores, aves e lagartos, utilizando a técnica de constrição para capturar suas presas. De acordo com o veterinário e coordenador do Cetas, Aderbal Azevedo, a jiboia não representa perigo para seres humanos e animais de grande porte, embora possa reagir com mordidas caso se sinta ameaçada.
Ainda de acordo com Aderbal, a incidência de animais silvestres em áreas residenciais em Vitória da Conquista tende a aumentar no período chuvoso, devido à presença de predadores e pela busca, destes animais, por abrigo e alimento. “É comum encontrarmos serpentes e outros animais, como saruês, nas residências, especialmente naquelas próximas às áreas de mata. Nestes casos, é imprescindível que o morador não faça qualquer contato com o animal e chame o Gama pelo telefone 153.”, enfatizou.
O veterinário complementa que desde a criação da Guarda Municipal, houve aumento significativo no número de resgates de animais silvestres na região realizados em apoio à equipe de fiscalização da Secretaria Municipal do Meio Ambiente (Semma), que também administra o Cetas. Aderbal destacou que as ações nas feiras e a fiscalização nas ruas têm contribuído para a devolução de uma quantidade maior de animais e em boas condições de saúde à natureza, permitindo que eles cumpram seu papel ecológico.
Estrutura e capacitação do Gama
Para a captura de animais silvestres, a Guarda Municipal conta com 37 agentes formados pelo Grupo Especial de Proteção Ambiental da Guarda Civil de Salvador (Gepa), uma referência nas polícias ambientais do país. O comandante da Guarda, Cristóvão Lemos, explicou que o Gama possui estrutura adequada para a captura de animais silvestres, incluindo serpentes peçonhentas. Para isto foram formados dois grupos com uma viatura cada, localizados nas zonas leste e oeste para garantir agilidade nas ocorrências em todo o município.
Além do resgate de animais, o Gama realiza ações de proteção do patrimônio ecológico por meio de medidas educativas. O comandante Lemos enfatizou que ao encontrar pessoas com animais silvestres, os agentes buscam conscientizá-las sobre a entrega espontânea dos animais ao Cetas.
Outro papel importante do Gama é o acompanhamento de grupos que desejam visitar a reserva ambiental do Poço Escuro. “Recebemos um número crescente de pedidos para acompanhar estudantes e outros grupos em visitas à reserva, que é um patrimônio significativo da nossa cidade”, acrescentou Lemos.
Contato com o Gama
Caso alguém se depare com um animal silvestre que necessite de resgate, pode entrar em contato com o Gama e uma equipe será deslocada para realizar a captura. Os telefones disponíveis são: 153 ou (77) 9 8856-4638 (WhatsApp).