Por Ellen Mafra e Mariana Martins
Neste sábado (19), iniciou a 10ª edição do Festival Suíça Bahiana, no Centro de Cultura Camillo de Jesus Lima. Este ano, o evento alcançou proporções ainda maiores, com a montagem de dois palcos que receberam 11 atrações musicais somente neste primeiro dia de diversas partes do país, todas gratuitas para o público.
O festival, que começou às 14h, no seu início enfrentou uma chuva leve, mas que não afastou o público. A primeira apresentação foi de Paulinha Chernobyl, artista conquistense, seguida pelos shows de Pipa, Mulher do Samba e Fogo Pagô. Às 16h35, Karina Buhr, cantora pernambucana com mais de 20 anos de carreira, subiu ao palco para interpretar seus grandes sucessos. Outro destaque da noite foi Ivyson, também de Pernambuco, que conquistou o público com sua popular canção “Girassol” e faixas de seu novo álbum, Afinco.
Na noite de ontem, a Concha Acústica do Centro de Cultura recebeu fãs dedicados, como a professora Ludmila Paiva, que ostenta uma tatuagem em homenagem a uma canção da banda Francisco, El Hombre. Segundo ela, o grupo marcou momentos importantes de sua vida e, através das músicas, reflete suas escolhas pessoais: “Minha carne é minha carne e ninguém manda, já passei por muitas coisas nessa vida. Violências domésticas, então é por isso que essa música é minha trilha sonora de vida”.
O cantor Mateus Costa, que está assistindo ao Festival Suíça Bahiana pela terceira vez, destacou a importância do evento para a descoberta de novos artistas: “O festival é tão importante porque o público está carente de arte, e não há acesso gratuito. Eu doei 1 quilo de alimento e vi shows maravilhosos. O evento não só alimenta a fome de arte, como também é bom para conhecer novos artistas.”
Nessa edição, o Suíça Bahiana buscou trazer maior representatividade para os palcos, com maioria dos artistas sendo mulheres e também contando com a performance da banda de pagode A Travestis, que conta com a cantora Tertuliana Lustosa, personalidade soteropolitana do movimento LGBTQIA+.
A artista Tertuliana, que recentemente se envolveu em polêmicas após um vídeo de sua apresentação na Universidade Federal do Maranhão viralizar nas redes sociais, gerando debates sobre educação e corpos, aproveitou a noite deste sábado para expressar sua opinião sobre o ocorrido durante o Festival Suíça Bahiana. Em cima do palco, ela declarou: “O que eu estou propondo não é capitalista, não é cristão. O que eu estou propondo é a libertação dos nossos corpos, cara***, desde a infância.”
O evento ofereceu espaço Kids que foi destinado aos menores. Pensando na inclusão e acessibilidade, os shows contaram com uma intérprete de Libras durante as apresentações. A Feira gastronômica também foi outro espaço destaque dentro do festival.
Ainda neste domingo (20), a 10° Edição do Festival Suíça Bahiana continua com mais shows e diversidade para o público. As apresentações para o segundo dia ficam por conta de nomes nacionais como: Orquestra Conquista Sinfônica convida Armandinho, Drenna, Mariana Nolasco, Supla, Lubo e muito mais. Vale lembrar que os ingressos gratuitos são adquiridos pelo site do Sympla, e somente mediante a entrega de 1kg de alimento no portão do festival pode entrar no evento, sendo que depois das 17h está sujeito a disponibilidade do local.