Waldenor denuncia política ‘de guerra’ de Bolsonaro e pede liberdade para Lula

Ao utilizar de tempo no Grande Expediente da sessão plenária de ontem (03), na Câmara Federal, o deputado Waldenor Pereira (PT-BA) acusou o presidente Jair Bolsonaro de deflagrar uma verdadeira “guerra”, golpeando os trabalhadores, a população carente, as mulheres, os idosos e as minorias com o corte de políticas públicas e a sua cruel reforma da Previdência. Ele bradou pela liberdade do ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva e disse que o país é governado por meio  fake news no Whats .App e grosserias no Twitter, mas  o povo e as esquerdas saberão resistir.

De acordo com o deputado, a guerra já está declarada contra os pobres, com a extinção do Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (Consea) e da estrutura de organização do Sistema Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (Sisan); contra as minorias, com a transferência da demarcação de terras indígenas e quilombolas para o Ministério da Agricultura; contra as pessoas com deficiência, com a suspensão da atividades do Conselho Nacional dos Direitos das Pessoas com Deficiência (Conade).

“Bolsonaro já declarou diversas vezes que “as minorias têm que se curvar às maiorias”. Pois bem, estamos começando a ter amostras das maldades, das medidas criminosas que derivam dessa ideia. Os valores da tolerância e da igualdade estão golpeados de morte. Já não podemos chamar de democracia ou de Estado de Direito uma nação que exclui justamente aqueles que mais precisam de apoio”, protestou Waldenor Pereira num pronunciamento de 20 minutos, recheado de duras críticas ao governo federal.

PRESO POLÍTICO

No combativo discurso na tribuna, o deputado Waldenor chamou de “farsa judicial” a prisão de Lula para impedir a sua candidatura nas últimas eleições.  “Nós resistiremos, como o presidente Lula tem resistido em quase um ano de prisão injusta. Ele que foi condenado e preso sem ter cometido crime algum, vítima de uma farsa judicial que retirou dele não apenas a liberdade, mas também os direitos legais dos cidadãos”.

O deputado avalia que se tivessem deixado a democracia funcionar, se tivessem deixado o povo manifestar sua vontade, a história seria muito diferente. “É também por isso que não se pode falar em uma democracia plena no Brasil; não enquanto Lula permanece preso, sem um julgamento justo, sem contar com os direitos que deveriam caber a qualquer cidadão brasileiro. Queremos retomar junto a ele o projeto de um País mais justo e menos desigual. Enquanto isso não acontece, vamos sendo Lula, vamos sendo suas pernas e sua voz”

LEGADO  DO PT

Waldenor Pereira observou que o Brasil, que vinha de um período de florescimento da democracia nos governos do PT, desde 2016 está sujeito aos piores movimentos da política mundial. Lembrou que em quase quatro décadas de existência, o PT revolucionou a política e deu voz àqueles que sempre foram excluídos. E comparou que enquanto o novo governo tenta censurar os professores e banir a liberdade dos alunos, os governos do PT se esforçaram para ampliar não apenas o acesso à educação, mas também o olhar crítico, a cidadania e o respeito à diversidade nas escolas. E enquanto o novo governo extingue o Ministério do Trabalho e retira direitos dos trabalhadores, os governos do PT aumentaram os direitos das domésticas e combateram com firmeza o trabalho escravo.

“Com o PT, tivemos uma política de valorização do salário mínimo, tivemos distribuição de renda com o Bolsa Família e com acesso facilitado ao crédito. Com o PT, tivemos a criação da Farmácia Popular, do Samu e do Mais Médicos. Com o PT, foram promulgados os Estatutos da Juventude, do Idoso e da Igualdade Racial. Agora, como disse Haddad há alguns dias, no Nordeste, “nós teremos que ir pra rua e salvaguardar as conquistas do povo brasileiro”. É nossa obrigação com um povo que durante séculos foi refém dos interesses da elite, sem renda, sem saúde, sem educação.

Por fim, o deputado Waldenor afirmou : “ O PT está preparado para se unir à luta contra as injustiças, contra o desmonte do legado construído junto à sociedade. Teremos muitos aliados nessa luta, até porque existem conquistas que eles não conseguirão destruir. Nos 13 anos de governo do PT, milhões de brasileiros saíram da pobreza extrema, milhões deixaram de sofrer a dor e a humilhação da fome, milhões tiveram acesso às universidades. Isso é inclusão, é cidadania, é dignidade – e nada disso será retirado do povo brasileiro. Somos uma voz que resiste. Estamos ao lado dos movimentos sociais, das comunidades tradicionais, dos organismos de defesa dos direitos humanos, da Igreja Católica e de cada um dos perseguidos pelo desgoverno Bolsonaro”.

TWITTER E FAKE NEWS
O parlamentar acusou o governo de promover a perseguição chamando de terrorista quem luta por dignidade, por terra, saúde e educação. “Pobre do país cujo presidente diz querer acabar com o ativismo, que se propõe a vigiar as ONGs e a “neutralizar” ações da Igreja Católica. Toda essa perseguição só me mostra uma coisa: eles têm medo do povo! Eles sabem que são fracos, sabem que não vão poder se sustentar para sempre com fake news no Whatsapp e grosserias no Twitter. Eles descobriram que governar é mais complicado que fazer campanha e estão começando a perceber a realidade se impõe”.

A REAÇÃO

Ao final, a expectativa de reação do parlamentar: “E a realidade é que o povo sabe se unir, sabe resistir quando tentam retirar seus direitos. Os movimentos populares, as ONGs, os ativistas continuarão na luta por igualdade, por direitos, por justiça social; continuarão combatendo a destruição do meio ambiente, o racismo, o machismo e a homofobia. O PT e os demais partidos de esquerda marcharão ao lado dessa gente, e esse governo ainda vai ver a força da democracia, porque entre nós não há espaço para medo. Aqui a solidariedade, a união e a generosidade são valores permanentes. Aqui, ninguém solta a mão de ninguém”.



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