Por Mariana Kaoos – Especial para o Blog do Rodrigo Ferraz
O empresário e artista conquistense, Alan De Kard instalou na avenida Olivia Flores, um conjunto de cinco esculturas em aço que compõem a sua mais nova série de obras artísticas. Intitulada Caminhos da Paz, os trabalhos ficarão em exposição ao ar livre pelo período de um ano.
As peças do“Caminhos da Paz” vem sendo pensadas e confeccionadas há pouco mais de um ano e meio. Após a finalização das obras, o artista, por iniciativa própria, resolveu oferece-las ao público. A Prefeitura Municipal de Vitória da Conquista apenas cedeu o espaço para que fossem instaladas.
Alan explica que a Olivia Flores foi o local escolhido por ser o espaço onde há um fluxo muito grande de pessoas que transitam por lá em busca de lazer ou para manter a forma física através das corridas e caminhadas. Além disso, o espaço talvez seja o mais propício na cidade para relaxar e pensar a paz. Seguidor da doutrina espírita, o artista afirma que não há como dissociar a perspectiva religiosa das suas obras de arte.
“Toda a minha criação está embasa na minha proposta de vida, onde a doutrina espírita está inserida. Durante cinco anos trabalhei no presídio Nilton Gonçalves e, num determinado dia, percebi um detento olhando fixamente para um muro branco. Quando fui lhe perguntar o por quê, ele me disse que estava na beira da praia, com os pés no mar, olhando o por do sol, porque era essa a imagem que mais lhe trazia paz. Fiquei comovido com o seu depoimento e, a partir de então, pude perceber que o maior bem da vida não é a liberdade ou qualquer outra coisa, e sim a paz”, define o artista.
As obras
Na verdade, Alan De Kard é um artista plural. Ele possui mais de quatrocentos quadros pintados, novas esculturas no seu ateliê e diversas instalações distribuídas pela cidade. Apesar de trabalhar com uma gama de materiais como concreto, fibra de vidro, madeira, inox, dentre outros, as obras da série “Caminhos da Paz”, expostas na Olívia Flores, são feitas apenas em aço e esculpidas de acordo com formas geométricas variadas por conta da afinidade do artista com a engenharia e a arquitetura.
Outra curiosidade, é que algumas esculturas fazem uma alusão à dislexia, doença com a qual Alan convive desde que nasceu. De nome “Pax Brasílis” se admirada de longe, a escultura aparentemente revela a imagem de um canhão e a bandeira do Brasil. Contudo, chegando mais perto, pode-se notar outras referências na obra: “Se você observar, na bandeira, de um lado está escrito “pax brasilis” e do outro “Alan De Kard”, que é a minha assinatura, com letras invertidas. Essa foi a minha forma de abordar um pouco a dislexia que carrego numa obra de arte. Mostrar como o disléxico vê o mundo de cabeça para baixo, sem a devida ordem natural”é um dos desejos do artista nesta exposição.
O público e o grande propósito
Com olhar curioso, os transeuntes passavam pela Olívia Flores apreciando as esculturas sem compreender ao certo o que elas significavam. Mesmo assim, foram bem recebidas pela grande maioria. Psicóloga, cantora e educadora, Magna Cristina passou pelo circuito hoje à tarde e se alegrou muito em poder contemplar a exposição. “Confesso que quando passei, as esculturas chamaram muito a minha atenção. Gostaria de saber qual o propósito das obras e de quem são, porque ainda não vi ou li nada sobre o tema, mas achei algo muito interessante. Elas só vêm deixar a nossa Olivia mais interativa e bonita”, comentou a psicóloga.
Observando a reação das pessoas diante das suas obras, Alan De Kard afirma de maneira convicta que o grande sentido da exposição é mesmo despertar a reflexão em cada um. “A paz é uma grande aspiração da humanidade em todos os sentidos. O que nós podemos fazer quanto a isso é ter o entendimento que a paz começa dentro de nós mesmos. A partir do momento em que construirmos a nossa tranquilidade interior, tudo que nos for externo vai ser refletido por isso. Assim a gente pode, quem sabe, chegar a uma paz coletiva, através da arte e de pequenas ações do dia a dia, como a gentileza, um abraço, e o cuidado no trânsito, por exemplo. Estes podem ser elementos indispensáveis para a construção dessa paz que Vitória da Conquista tanto necessita”.
Coisas horriveis, isto é poluição visual, espero que sejam logo retiradas.
a ideia do canhão apesar de ser simples é legal.
Com todo respeito ao “artista”, acho de um mau gosto as ditas obras. A pior é o canhão com uma bandeira saindo escrito “Stop”, parece desenho do Tom & Jerry de tão óbvia e primária.
Qualquer estudante de ensino médio faria algo mais interessante. Ele é óbvio demais.
Entendo a intenção do cidadão em tratar da paz, mas em uma cidade que não tem calçadas ou praças com equipamentos para crianças, a prefeitura poderia nos poupar de ceder espaços públicos a tamanho horror. Estudar arte faz bem. Ir a museus também, ou simplesmente olhar arte urbana pelas cidades brasileiras. Inclusive em Conquista.