Sexta feira de Festival de Inverno Bahia: Sabe o que rolou?

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Por Mariana Kaoos

Fotos: Laécio Lacerda
Fotos: Laécio Lacerda

Partindo do pressuposto de que o jornalista tem como principal função social servir e informar a população a partir de uma vivência e uma linguagem voltada para ela, as análises feitas aqui e agora, se deram numa perspectiva de quem esteve no Festival de Inverno Bahia junto com a grande massa, ocupando a pista, usando os banheiros químicos, comprando cerveja e se alimentando nos foods trucks. Sendo assim, então vamos ao que interessa:

Para entrar no Festival:

O esquema de entrada no Festival de Inverno Bahia foi o mesmo dos anos anteriores. Fila para pista, camarote e credenciados logo no início do Parque de Exposições Teopompo de Almeida, onde fica o portão principal, bem como pelo estacionamento (que cobrava um valor de vinte reais para quem quisesse deixar o carro lá). Como sempre, muita aglomeração e muvuca na portaria e ao passar pelos detectores de metal, o que se mostrou uma iniciativa extremamente falha, já que algumas pessoas eram revistadas enquanto outras não.

Complexo Ragga:

Foto: Luiza Audaz
Foto: Luiza Audas

A Arena Eletro Rock Unopar foi uma das melhores opções da noite. O primeiro grupo a se apresentar nela foi o Complexo Ragga que, modéstia a parte, colocou todo mundo (sem exceção) para dançar junto com eles. Formado pelo dj Loro Vodoo e pelos rappers Supremo MC e Jhonny Ranks, o Complexo vem mesmo se destacando dentro do cenário musical de Vitória da Conquista. Sua passagem pelo Festival da Juventude deu muito o que falar, bem como as festas de dancehall que eles vem produzindo pela cidade. Na noite de ontem, antes de sua apresentação (que começou pouco depois das 21 horas), já era possível notar alguns grupos de jovens se aglomerando para esperar o início do show. E, quando o grupo subiu ao palco, todo mundo chegou junto e se misturou. Adolescentes, adultos e pessoas, notadamente, de idade mais avançada aproveitaram juntos. Alguns mais pareciam tomados, em êxtase pulavam que nem macaquinhos. Os meninos tocaram de tudo. Desde as músicas mais antigas como Poder da Palavra e Sensimila, até as mais novas, como Sexy Lady.

Banheiros Químicos:

A quantidade de banheiros químicos mais uma vez foi insuficiente para o número de pessoas presentes no Festival de Inverno. Com uma grande cervejaria patrocinando todo o evento, fica difícil não querer fazer xixi toda hora. Sendo assim, as filas para usar os banheiros eram enormes. Diversas pessoas optavam, inclusive, por fazer no cantinho, no chão mesmo. Mais ou menos na metade da noite, tornou-se desconfortável entrar lá por conta do mau cheiro, bem como do melequeiro no chão.

Humberto Gessinger:

Humberto foi o primeiro a tocar no palco principal (e aqui se faz necessário parabenizar aos arquitetos e designers que construíram a estrutura do palco, que está lindíssimo). Logo no início de sua apresentação, o cantor avisou que cantaria as músicas do seu novo trabalho, Insular, bem como os grandes sucessos de sua banda, Engenheiros do Havaí. E foi bem assim que aconteceu. A pista estava cheia, mas foi possível transitar por ela, sem grandes apertos. O público se emocionou e cantou junto diversas canções, que já são clássicos dentro do cenário musical brasileiro. A mais mais delas foi Refrão de Bolero. O público em geral se emocionou nesse momento, cantando em uníssono toda a canção.

Foto: Blog do Rodrigo Ferraz
Foto: Blog do Rodrigo Ferraz

Furtos na Pista principal: Perdeu, playboy!

Esse tema é espinhoso e gerou muita dor de cabeça na noite de ontem. Na transição de um show para o outro, a entrada e saída que dava acesso à pista principal aglomerou muita, mas muita gente mesmo. Empurra-empurra, gritaria e furtos. Para quem levou celular e outros acessórios pra lá, se deu mal. Mas não só lá. No Barracão do Forro e na Arena Eletro Rock também ocorreram alguns furtos, só que em menor quantidade. Bom, os que foram lesados na noite podem procurar o Disep, que está presente no Festival, para registrar Boletins de Ocorrência. Ainda não se sabe exatamente o número de furtos que ocorreu na noite de ontem, mas provavelmente até o fim do dia será divulgado.

Ana Carolina:

Ana Carolina no Festival de Inverno (Foto: Laécio Lacerda)
Ana Carolina no Festival de Inverno (Foto: Laécio Lacerda)

Foi a segunda vez que Ana Carolina se apresentou no Festival de Inverno Bahia e, assim como ocorreu na primeira vez, a cantora conseguiu deixar os fãs suspirando. Os fãs que curtem esse tipo de música, atestaram que foi um super show, reunindo canções de toda a carreira artística da cantora. O destaque de sua apresentação foi quando Ana interpretou a música Coração Selvagem, de Belchior, de uma maneira lindíssima e delicada. Ao longo da sua apresentação foi possível ouvir outros sucessos como Elevador e É Isso Aí.

Ivete Sangalo:

Foto: Blog do Rodrigo Ferraz
Foto: Blog do Rodrigo Ferraz

Para os ranzinzas de plantão, que alegam de maneira veemente que o Festival está se perdendo e não comporta ritmos como o axé music, um aviso: o show de Ivete foi, sem sombra de dúvidas, o melhor da noite. Extremamente carismática, a cantora baiana acelerou e, literalmente, arrastou multidões. Antes de entrar no palco, ela mandou um recado para o público, afirmando que frio em Conquista, seria só até aquele momento, porque quando ela entrasse, o Festival iria pegar fogo. Realmente, ela honrou o prometido e fez quase que um carnaval durante o seu show. Dalila, Flor do Reggae, Festa e Sorte Grande, foram algumas das canções que ela e o público cantaram juntos.

Os encontros do Festival:

Foto: Blog do Rodrigo Ferraz
Foto: Blog do Rodrigo Ferraz

A estrutura do Festival de Inverno Bahia esse ano está gigantesca e muito bem montada. As opções de entretenimento são muitas e as pessoas transitam, se misturam com as instalações o tempo inteiro. Se por um lado isso é algo extremamente valioso para um festival, por outro lado dificulta os encontros desejados. Essa jornalista que vos fala, por exemplo, se deparou com um sorriso lindo, logo no início da noite, e sorriu de volta e quis continuar sorrindo. Contudo, por conta dos afazeres profissionais, se desvencilhou da pessoa que estava portando o sorriso e não achou mais (assim como diversas outras pessoas que estavam no Festival e passaram pela mesma situação). Uma pena, pois o coração da jornalista ficou partido (rs). Mas também, com vinte e duas mil pessoas presentes no mesmo espaço e com o serviço falho das operadoras de telefonia celular, realmente fica difícil encontrar apenas uma pessoa e um sorriso no mar de gente que é o Festival de Inverno Bahia. Tá ruim? Não tá não. Nessas horas, o que nos resta (e que bom!), é curtir.

A perspectiva é que o número de pessoas aumente no dia de hoje. As atrações da noite serão quentes: Blitz, Frejat e O Rappa. E ai, todo mundo se encontra lá?



Cultura, Vitória da Conquista

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