Por Juraci Santana
Nas torneiras da casa de Cláudia Batista, residente no Bairro Morada Nova, a água não aparece há seis dias. Porém, a situação é pior se o retrospecto contar de duas semanas para cá; depois de mais de sete dias sem água, voltou o abastecimento por quatro dias, mas depois parou novamente. Recentemente, ela comprou uma caixa d’água para garantir uma reserva para outros períodos como esse, porém a pouca água que caiu nos últimos quatro dias em que houve o abastecimento não deu para encher o reservatório. O esposo dela teve que conseguir água de outra localidade, mas o líquido já está quase acabando e não dá para todos os afazeres domésticos.
Enquanto a água não cai, um amontoado se roupa suja se forma nos cestos espalhados pela residência. Lavar a casa, nem pensar. Até o filho caçula teve que ficar sem ir à escola por não ter uniforme limpo.
A situação é semelhante em outras residências do bairro. Dona Carmesita, por exemplo, tem um filho que estuda Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (Apae) de Vitória da Conquista e não pode levá-lo à instituição porque também está com as peças de roupa do filho sujas.
Segundo o gerente do escritório da Empresa Baiana de Águas e Saneamento (Embasa) de Vitória da Conquista, Álvaro Aguiar, o problema da falta de água na região ocorre por causa do sistema de distribuição, hoje defasado. “A questão daquela região é que foram construídas muitas casas no último ano. Nós tínhamos há um ano e meio em torno de 3 mil ligações, hoje nós temos mais de 7 (mil). Isso mais que dobrou a demanda de água na região e dificultou o abastecimento”, afirma Aguiar.