Taberna da História
O relacionamento político dominado por interesses apenas particulares e familiares entra em crise. Em 1962, uma coalizão de partidos, com a presença de personalidades situadas tanto da esquerda do processo, em sentido sociológico, quanto do centro e até mesmo da direita, despoja do mando administrativo local um núcleo familiar exclusivista. José Fernandes Pedral Sampaio era o novo líder emergente dessa coalizão.
Líder político por mais de 20 anos, era neto do coronel José Fernandes de Oliveira, o poderoso Coronel Gugé, também líder político por quase 20 anos. Nasceu na residência desse coronel, situada na “Praça Barão do Rio Branco”, no dia 12 de setembro de 1925, sendo seu parteiro o médico Régis Pacheco, que futuramente seria seu padrinho político.
Filho do engenheiro Sifredo Pedral Sampaio e de Dona Maria Fernandes Pedral Sampaio, foi ele diplomado engenheiro civil no dia 11 de novembro de 1949 pela Escola Politécnica da Universidade da Bahia. Depois de formado entrou para o SESP, na década de 50. Ao deixar o SESP fixou-se em Vitória da Conquista a partir de 1954, com escritório de engenharia na Empresa “Construtora Prumo”. Como engenheiro deixou suas marcas no Colégio Sacramentinas, no Clube Social Conquista etc.
Casou-se em primeiras núpcias com a professora Maria Lícia, filha de João Francisco Moura Costa, da alta sociedade de Ilhéus, no dia 1º de setembro de 1959 e, viuvando-se, contraiu segundo casamento com sua cunhada, professora Zilda Moura Costa.
Lançou-se na política em 1958, quando perdeu as eleições de prefeito para o líder político da época: Gerson Sales. Teve uma expressiva votação neste pleito e se credenciou como uma alternativa para a oposição nas próximas eleições. Aquelas eleições culminavam um processo de divergências acentuadas entre grupos. Já em 1954, não fora fácil ao grupo de Gerson Sales viabilizar a eleição de Edvaldo Flores. Contra este se insurgiu mesmo uma parcela do PSD, que resolvera apoiar a candidatura de Nilton Gonçalves, candidato com discurso populista. Foi a campanha do “Tostão contra o Milhão”, que tanto marcou a década de 50 em Vitória da Conquista. O “Tostão” era Nilton Gonçalves e o “Milhão” era Edvaldo Flores. Deu “Milhão”.