Carnaval de Conquista: ambulantes faturam até R$800 por noite

Por André Thibes – Revista Gambiarra
Fotos: Rafael Flores

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A volta do carnaval de Vitória da Conquista tem sido motivo de orgulho para a cidade. O evento que está renascendo e se preocupando em trazer o caráter tradicional da festa, além de ser um ambiente para as pessoas se divertirem, é mais uma oportunidade de emprego para os trabalhadores ambulantes

Os vendedores, seja nos isopores, seja nas barracas e traillers, já trabalham em outros eventos da cidade, como ExpoConquista e Festival de Inverno. Eles contam que neste ano o carnaval ainda não chegou a dar o lucro desejado, mas já está melhor que no ano passado.

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Ailton Pereira Silva e Ana do Acarajé trabalharam no carnaval da cidade tanto no ano passado quanto neste ano. Para eles, a medida dos barraqueiros ficarem concentrados na praça Guadalajara foi bem acertada e os lucros já estão chegando a cobrir as despesas, “as vendas não estão 100%, mas tá dando para pagar a despesa do material. As baianas não estao tendo do que reclamar”. Ailton avalia que num dia em que só esteja a Ana trabalhando como Baiana do Acarajé, o retorno chega a 800 reais.

Os barraqueiros explicaram também que nos diversos eventos da cidade, a Prefeitura organiza os locais onde eles ficam, através de sorteio ou cooperativas. Porém, no Carnaval Cultural Conquista, esse tipo de prática não ocorreu e a organização das barracas foi um pouco complicada por conta disso.

Os vendedores chegaram e colocaram seus equipamentos de trabalho por ordem de chegada. “Quando a prefeitura toma a frente, cada um fica no seu espaço, quando não, isso aqui vira bagunça. Porque você arma aqui e amanhã se não chegar cedo, outro toma o seu lugar. Ninguém respeita o espaço de ninguém”, afirma Marcones Macedo Nobre, vendedor de coquetéis e bebidas.

Apesar disso, nem todos os comerciantes concordam com as estruturas fornecidas em eventos maiores. Daiana Santos Silva, que chegou ao Carnaval Cultural Conquista através de um convite de uma amiga, disse que em outros eventos a burocracia para conseguir um ponto de vendas é excessiva e às vezes é preciso pagar muito caro, “Você tem que pagar ponto, tem que madrugar, tem que pagar um valor exorbitante para trabalhar”. Segundo ela, o valor chega a dois mil reais.

Ainda assim o sentimento entre os vendedores está otimista. Muitos dizem que não chegaram a tomar prejuízos e estão gostando da forma como a festa de rua está se desenvolvendo na cidade. Daiana nos disse ainda que a segurança está ótima e que trabalhar no Carnaval Cultural Conquista está valendo a pena. “O lucro não está legal, mas só de você ver a sua cidade desenvolvendo algo bom para a gente, já é viável”.



Cultura, Vitória da Conquista

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