por Robson do Val – Jornalista, apresentador do programa Balanço do Dia da Rádio Clube FM e editor do Blog Balanço do Dia
Voltava uma jornalista, minha conhecida, da manifestação do 15 de março no Farol da Barra, em Salvador, onde, segundo ela, teria ido a trabalho, e sapecava imediatamente na rede social um texto que começava mais ou menos assim: “Hoje descobri que os coxinhas não sabem protestar”…
É um tal de coxinha pra cá, elite branca pra lá, e o sujeito não pode mais abrir a boca neste país com respaldo para criticar as instituições, se não estiver engajado em alguma minoria oprimida historicamente.
O ódio aos bem sucedidos (economicamente falando, é bom que se diga) se tornou quase que uma credencial para que alguém seja considerado um ser politizado em nosso país.
As perguntas são: não teria essa regra sido convenientemente forjada por uma classe dominante ex-proletária, que agora é usurpadora das riquezas nacionais, e que teme mais do que tudo ser desmascarada pela burguesia? Não teria sido por isso que criou o rótulo depreciativo de que todo opositor é coxinha para que possa continuar iludindo as massas incultas?
Quanto à minha conhecida, a jornalista, é mais uma das que foram picadas pela mosca vermelha da causa, há muito abandonada, de que o combate à pobreza do país se fará com o operariado no poder. Existem, nessa legião desconsolada, pelo menos três grupos bem definidos que ainda não abandonaram a trincheira: