Missão cumprida. O sexto e último dia de Mostra Cinema Conquista – Ano 11 reforçou o papel do evento em difundir e promover reflexões em torno da atual realidade cinematográfica do país, em seus mais diversos aspectos, e deixou gostinho de quero mais.
A conferência “Uma discussão sobre tecnologias e modelos para uma Rede Brasileira de Cinemas Digitais” deu início às atividades dessa sexta, 9, destacando a interdisciplinaridade ao trazer o diretor do Centro de Informática e pesquisador do Laboratório de Aplicações de Vídeo Digital (Lavid) da Universidade Federal da Paraíba, Guido Lemos. Ele apresentou o projeto que já está em andamento no Ministério da Cultura e tem o objetivo de levar cinema à cerca de 60 milhões de brasileiros que não têm acesso à sétima arte. A previsão de prazo para o projeto é 2018. Até lá esses cidadãos, tipicamente usuários do Programa Bolsa Família, irão receber receptores com aplicativos de vídeo e um conjunto de filmes já instalados. Animado com a perspectiva de um canal público de distribuição, Guido Lemos trabalha no projeto e explicou que a compra dos receptores será realizada com recurso proveniente do leilão, já realizado, do espectro resultante do fim do analógico. Para ele, a iniciativa tem um potencial gigantesco e precisa ser pensada, discutida e cobrada, por todos que compõem a estrutura, desde a área da tecnologia, à qual faz parte, até a área de cinema.
Nós vivemos em mundos diferentes, temos pouca comunicação e isso é uma falha. Eu sinto muita falta desse tipo de contato, de diálogo. Temos que estimular mais essa interação entre quem está pensando e fazendo tecnologia e quem está pensando e produzindo conteúdo, para abrir um pouco a cabeça, pensar um pouco no futuro, saber quais são as perspectivas. Então é bastante louvável essa iniciativa da Mostra, de promover esse encontro.