Por Gabriel José – Estudante de Cinema da Uesb
Quantos não são os arranjos que dão conta de representar as mais variadas formas de amor da contemporaneidade? Há a mãe divorciada (que se dá bem com o ex-marido); a mãe do bebê fruto de uma relação inter-racial; de um amor de sexualidade não-convencional; tem claro, aquela conservadora, educada em outra época; a mãe insegura; a progenitora ausente; e até mesmo o pai que é mãe.
A ideia de contemplar toda essa complexidade, portanto, é um ponto, em princípio, positivo na construção deste O Maior Amor do Mundo ou Mother’s Day (Dia das Mães), no original. Mas a julgar pelo que Garry Marshall á havia feito com outros “feriados” (são dele Idas e Vindas do Amor de 2010, lançado no dia dos namorados; e Noite de Ano Novo , título autoexplicativo, de 2011), não chega a ser uma surpresa que o resultado é uma obra careta e oportunista.
Primeiro porque, se a diversidade é bem-vinda, no que tange à concepção, a execução é tão rasa quanto possível. Ao mirar em todos, Marshall e sua equipe não atingem ninguém. E, claramente, a intenção não é emocionar a todo tipo de público, mas considerar que qualquer pessoa é um pagante de ingresso em potencial. Fora que o excesso de “momentos Kodak” ainda banaliza tanto a (potencial) emoção, quanto o clímax, em si.