´
Por Giorlando Lima (http://blogdegiorlandolima.com/)
Infelizmente, por uma questão técnica (computador quebrado) ainda não pude transcrever a entrevista completa que fiz com o radialista, deputado estadual e pré-candidato a prefeito de Vitória da Conquista, Herzém Gusmão (PMDB), prometida para o final de semana que passou. Mas, com o auxílio luxuoso de um smartphone Samsung A3 consegui separar alguns trechos que publico a seguir. Pelo que você lerá a partir de agora dá para ter uma ideia do que vem por aí, por isso, por favor, tenha só mais um pouco de paciência e aguarde.
SOBRE GUILHERME E O GOVERNO
“Boa tarde, prefeito”
Eu não sou inimigo do prefeito. Eu sou um crítico dele. Se eu tiver a oportunidade de encontrar ele em algum lugar vou cumprimentá-lo. Estou avisando a ele que se eu tiver a oportunidade de encontrá-lo, eu vou me dirigir a ele e dizer “boa tarde, prefeito”. Se ele não responder, paciência.
Prefeito tenso
Só acho que ele é muito sensível a críticas, muito tenso. Guilherme é um homem triste, muito tenso, pra baixo. Não sei em função de quê. Talvez pela administração desastrosa que ele sabe que está fazendo.
Oração
Minha família ora pelo prefeito. Eu não sou inimigo dele. Guilherme é o meu prefeito, é o seu prefeito, é o prefeito de José Raimundo, de Waldenor, de Nilo Coelho, de Marcelo Melo… Ou não é? É o nosso prefeito.
Nada a elogiar
Eu não vejo nada que eu possa elogiar neste governo, atualmente. Eu queria fazer um editorial leve, de reconhecimento, mas não vejo. O que tem funciona como laboratório de propaganda. Não é má-vontade minha não. Ah, achei uma coisa boa agora: até que enfim resolveram fazer uma restauração no estádio Lomanto Júnior. Pode não ser uma prioridade, mas pelo menos estão colocando lá R$ 1 milhão para dotar o estádio de um gramado padrão Fifa. Pelo menos eles falaram isso.
PORQUE FICOU CONTRA GUILHERME
O PT e o prefeito mudaram
Estou vendo aí uma administração cansada. Eu não poderia continuar apoiando um prefeito que mudou tanto. Um partido que nasceu sob a bandeira da ética, da moralidade e da decência e abandonou tudo.
Era um entusiasta da administração municipal
Eu confesso a você que eu me impressionei com a chegada do prefeito Guilherme. Ele, de fato, fez um grande governo, nos quatro primeiros anos. Eu me entusiasmei. Cheguei a compará-lo a um Jadiel da era moderna, pela forma como trabalhou: leve, suave, não perseguia ninguém, não retaliou ninguém. Fez um governo moderno, teve o respaldo popular, para que ele pudesse implementar as transformações na cidade.
Até correligionários se queixam
Ora, mas depois eu vi que o prefeito mudou. A forma como ele começou a encarar as críticas, o relacionamento com os adversários e até com correligionários que pensam diferente dele. Até pessoas ligadas ao PT. A cidade ficava sem entender porque ele buscava figuras políticas fora, sendo que ele tinha aqui deputados, parlamentares do próprio partido. Os atuais deputados Waldenor e José Raimundo, quando quiseram disputar, pela primeira vez, uma cadeira, primeiro Waldenor na Assembléia (Legislativa) e depois para a Câmara dos Deputados, com José Raimundo para a Assembleia, não contaram com o apoio do prefeito, sendo que essas duas figuras construíram também o poder de quase 20 anos.
Saúde ficou ruim
Então, eu não mudei, ele mudou. Veja a saúde hoje. Naquela época (1997/2004) Conquista tinha 33 equipes de saúde da família e, de lá para cá, só aumentaram mais seis equipes. Podemos colocar três do presidente Lula e três de Dilma Rousseff. Naquela época, com 33 equipes de saúde da família, Conquista tinha um atendimento de saúde extraordinário.
Segurança pública
E tem a questão da segurança, que o prefeito tem que se envolver. Os programas sociais inexistem, a educação é ruim, uma escola que decepciona os pais, porque os alunos não conseguem ler e escrever. Vitória da Conquista é uma das cidades mais violentas do Brasil. De 5570 municípios, Conquista é 24ª em relação a morte de adolescentes de 16, 17 anos, segundo o Mapa da Violência, Instituto Sangari, que é reconhecido pelo Ministério da Justiça. Como é que você vai ficar apoiando um governo assim?
Manutenção do monopólio no transporte
Veja a questão do transporte coletivo, que não avança. Quatro empresas ele (o prefeito de Conquista) conseguiu quebrar e não consegue quebrar o monopólio, porque há o monopólio de linhas. Ele não moderniza o transporte púbico. Eu tenho essa preocupação. Lembro que veio um ônibus articulado e a Viação Vitória tentou colocar esse ônibus para rodar em Conquista, resultado: eles não conseguiram um percurso para o ônibus no traçado da cidade, em função do tamanho. Isso denota que é preciso repensar Conquista, preservar os poucos corredores que ela tem e abrir outros, para o BRT, VLT, que ele condenou tanto, com veemência, no debate, porque não aceita a modernidade. Então, você não pode ficar acompanhando e apoiando um governo desmotivado.
VAI SER MESMO CANDIDATO?
Depende dos critérios
Nós temos vários nomes bons. Para a escolha do candidato a prefeito serão estabelecidos critérios. Se o critério evidenciar que eu não devo ser candidato tenho chance, eu não serei candidato. Nós estamos em nossas reuniões, trabalhando para vislumbrar um caminho
Um critério é a pesquisa
A pesquisa (de intenção de voto) é um critério de escolha interessante. Não significa que alguém que está com mais de 30% já esteja definido, em detrimento a um que está com 15% e outro com 10%. Eu acho o seguinte: todo mundo que tem 10% está no páreo, com chances reais.
PT quer forçar o 2º turno
Pedral tinha uma tese, que só ele ficou com essa tese (na eleição passada). É a mesma tese do governador Rui Costa para Salvador, que quer a pulverização de candidaturas, ter mais candidatos, para forçar um segundo turno, diante do desempenho de ACM Neto. A tese de Pedral era de que quanto mais candidatos melhor. Mas, na atualidade, eu diria que Pedral pensaria diferente, porque quem está querendo provocar um segundo turno (em Conquista) é o PT. O PT está com a eleição perdida, perde no primeiro turno. Eles estão agora brigando para fazer pulverização de candidatos e torcendo que a nossa unidade seja quebrada para facilitar que eles permaneçam aí, por mais 20 anos.
SOBRE A TRAJETÓRIA POLÍTICA
A origem e a ideia
Vou falar algo aqui que pode desagradar algumas pessoas. Eu vim de berço da UDN, apoiando Gerson Gusmão Sales, Edvaldo Flores… e contra Pedral. Quando Pedral foi cassado meu pai vibrou. E eu achava que ele estava certo. Em 1964 eu tinha 14 anos e achava isso. Mas em 1970 eu conheci a ideia, por meio de Jadiel, que dizia que a ideia é fundamental, porque os homens passam e a ideia permanece. Foi quando eu aprendi, verdadeiramente, a política, na essência.
O despertar
Eu pensava, equivocadamente, que nós, jornalistas, não deveríamos nunca nos filiar a partido político. Até que, no curso de pós-graduação que fiz na UESB, o professor Albino Rubin, disse que isso era uma grande bobagem – e é.
Em 2008 era para ser Abel
(mais…)