A Assembleia Legislativa da Bahia (ALBA) sediou, na tarde desta quarta-feira (27), um ato em defesa da Companhia de Gás da Bahia (Bahiagás). O evento aconteceu no Auditório Jornalista Jorge Calmon e foi proposto pelo deputado Fabrício Falcão (PC do B), que conduziu os trabalhos
Ao fazer a abertura do encontro, o parlamentar destacou a importância estratégica da empresa pública para o pleno desenvolvimento econômico e social do Estado. “É uma satisfação poder proporcionar esse debate. Nos últimos tempos, um tema ganhou ampla repercussão, que foi a publicação do edital pela Bahiainveste para estudar a Bahiagás numa perspectiva de possível venda para a iniciativa privada. A empresa responsável pelo estudo foi o Grupo Genial, que participou do processo de privatização da Eletrobrás e da Companhia de Gás do Espírito Santo”, contextualizou Fabrício Falcão.
Ele frisou que a Bahiagás tem um papel essencial para a indústria baiana e citou como exemplo a privatização da Coelba, que atualmente está entre as empresas com maior número de reclamações de usuários no Estado. “Esse não é um debate panfletário. É um debate sério para discutir a importância da companhia para a Bahia e o seu papel enquanto vetor de desenvolvimento social e econômico”, enfatizou o legislador.
Também presente ao ato, o deputado Hilton Coelho (Psol) questionou a contratação da empresa para estudo da companhia baiana. “Se o governo não quer privatizar, por que fazer estudo de privatização? É uma péssima ideia, não tem nada de genial fazer estudo para privatizar a nossa Bahiagás”, disse. Hilton também informou que apresentou na ALBA um projeto propondo a revogação da Lei 7.029/1997, que prevê a possibilidade de passar a empresa estatal para a iniciativa privada.
A deputada Olívia Santana (PC do B) também reiterou a preocupação com a existência do estudo no ambiente da corporação. “Por mais que se diga que não vai privatizar, a existência desse estudo colocando a Bahiagás para conhecimento internacional é uma forma de atrair investidores em eventual venda. Não é possível pensar o desenvolvimento da Bahia sem um setor tão estratégico”, alertou. O deputado Robinson Almeida (PT) foi outro que mencionou o caso da Coelba como exemplo de privatização que não trouxe melhorias para o consumidor. “Com isso, a tese de que privatização melhora o serviço cai por terra. Não há nada a ganhar privatizando a Bahiagás. Para que esse assunto que paira no ar seja encerrado, precisaremos que haja o distrato com o Grupo Genial”, apontou.