Cidade conhecida historicamente por não seguir tendências políticas estaduais e/ou nacionais, Vitória da Conquista, no sudoeste baiano, tende a não apresentar grandes rupturas no cenário que se desenha para as eleições municipais de 2020. Por lá, a polarização entre o petismo histórico, que governou o município por 20 anos (1997-2017), e o antipetismo materializado na figura do atual prefeito Herzem Gusmão (MDB), responsável por romper este ciclo de poder, deve ditar o ritmo da disputa.
A volta?
O PT vive a expectativa de voltar à prefeitura da cidade onde experimentou uma de suas mais longevas experiências no Executivo em todo o país. Em Conquista, o partido chegou ao governo no ano de 1997, antes mesmo de o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva iniciar seu primeiro mandato, em 2003.
Nas últimas eleições, a legenda sucumbiu a dois problemas majoritários: o desgaste de tantos anos à frente do município e o cenário nacional desforável ao PT, em 2016 acometido pelo impeachment de Dilma Rousseff e pela imersão em diversos escândalos de corrupção.
Para retornar ao poder, o PT tem duas soluções, com maior força internamente, já conhecidas do eleitorado: o ex-prefeito Guilherme Menezes, que governou o município quatro vezes, e o deputado estadual Zé Raimundo, prefeito uma vez. Outra opção é o deputado federal Waldernor Pereira. Também cogitado, mas com chances menores, está o vereador Professor Cori.
Nos bastidores, Guilherme sofre pressões políticas da militância para concorrer. É considerado como a maior liderança política do PT da cidade e criou história e memória junto ao eleitorado pela quantidade de vezes em que governou. É visto como homem de perfil conciliador, capaz de transitar por vários grupos sociais, de aglutinar diferentes forças políticas e, por isso, com rejeição menor. Pesa contra ele a idade – o petista tem 75 anos – e também o fato de o próprio não demonstrar vontade de concorrer, segundo quem acompanha o dia a dia partidário.
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