Cultura conquistense: Nagib Barroso lança música em homenagem a Edilson Dhio

O cantor e compositor Nagib Barroso lançou recentemente a música “Moderna Senzala”. A canção foi composta há cerca de trinta anos atrás, em parceria com Edilson Dhio. Nagib destaca que o registro musical é mais uma forma de homenagear Dhio, “um artistas genuinamente conquistense que tanta falta nos faz com seus versos e canções”.

“Moderna Senzala” conta com o arranjo musical de Tiago Occilupuno, tecladista do programa global “Só Toca Pop”; Luciano PP no baixo; Lucas, irmão de Tiago,na bateria, na percussão; Koalla Leo Brasileiro, guitarrista de Ivete Sangalo; e Nagib Barroso e Cláudio Rizzo nos vocais. A canção está disponível no youtube.

Confira o relato de Nagib Barroso sobre o processo de produção e gravação da canção:

“Rebuscando minhas memórias e as canções por ora adormecidas, resolvi fazer um registro de uma canção de décadas atrás… Trata-se da música MODERNA SENZALA, composta em parceria com EDILSON DHIO, e por meio dela fazer uma homenagem a este meu amigo de infância. Amigo dos babas no campinho de terra da Couropeu, da adolescência por meio dos movimentos estudantis e políticos (como a criação da UMES, congressos etc), em seguida amigo pela arte, período em que mais nos aproximamos. Artista de grande competência e compositor de grandeza. Fizemos muitas parcerias juntos, vários jingles também; outras tantas ficaram por fazer…

Para a finalidade de registrar esta canção, convidei outro músico e amigo, TIAGO OCCILUPO, que tem no DNA da família a música como herança natural. Primeiro, seu tio, Luizinho Oliveira, um ser único, discreto e que, com sua timidez (que carrega até hoje), exerce um verdadeiro contraste com sua musicalidade firme e forte. Um baixista estudioso e excepcional, tocou com muitos artistas renomados: Lazzo, Luiz Caldas… Eu e Dhio tivemos o privilégio de tocar com Luizinho também. O outro que influenciou diretamente ao Tiago e ao Lucas, foi o irmão de Luizinho, Ziê, baterista seguro e firme – tocamos juntos e em seguida ele ganhou o mundo, tocando com Tonho Matéria e Jau Peri, com quem toca atualmente.
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Nesse terreno fértil, brotaram Lucas e Tiago Occilupo, dois meninos extremamente musicais e competentes – quando estávamos tocando juntos era uma segurança incrível e visível, pela musicalidade dos dois, ainda muito jovens… Nossa cidade ficou pequena pra eles, então ganharam o mundo: Terra Samba, Jamil e vários outros artistas. O Tiago foi respirar novos ares, harmonizar e encantar outras plateias além da fronteira; ganhou a estrada, literalmente, e aterrissou sua luz musical nos holofotes da emissora Globo, por meio do programa “Só Toca Top” (como músico tecladista da banda que acompanha os artistas que se apresentam por lá).
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Voltando ao convite que fiz ao Tiago, chamei-o para fazer o arranjo dessa canção, e ele me fez uma sugestão que me deixou maravilhado, ele me propôs: “Fala Nagib, Blz cara? Por que não convidar a galera que tocou com você e com Dhio pra gravarmos juntos?”. Daí foi sensacional escutar as sonoridades desses músicos virtuosos que abrilhantaram nossas carreiras musicais.
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LUCIANO PP, músico que tocou comigo, com Dhio, com quase todos os artistas da nossa querida cidade e com artistas como Dominguinhos. Luciano fez o baixo ficar mais firme na força da retórica que a música tem.
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Na bateria, seu irmão LUCAS garantiu essa batida tribal que nos remete à africanidade, ancestralidade dos tambores de KOALLA, que tocou a percussão, este um grande percussionista, que cravou seu nome nas principais gravações feitas por aqui nas terras de “mongoiós e imborés”, como disse Dhiozinho…
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Na guitarra ele convidou LEO BRASILEIRO, que desde muito novinho era prodígio, atrevido, destemido, dedicado, sagaz, e não demoraria ganhar o mundo com sua pegada de guitarra swingada e sensível… (Aliás, não demorou para Veveta passar o olho no Leo e falar, “venha para a Banda do Bem”, que faz seu acompanhamento nos palcos do mundo.)
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O registro da minha voz e dos vocais, fizemos no estúdio Luart, com o competente amigo Arthur.
Nos vocais desta gravação, uma das mais competentes, CLÁUDIA RIZO, mulher, mãe, pai, filha e espírito santo de bondade e musicalidade, que traz, na sua voz, a força do canto afro…
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MODERNA SENZALA: Infelizmente, uma canção que foi feita trinta anos atrás mas ainda atual, a temática da letra continua evidenciada em nossos dias, em que o rascismo é recorrente, parece até que a canção foi feita hoje. “Pela favela o mesmo rufar dos tambores nos fala, na certeza de ter hoje aqui a senzala”.
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Segue o resultado desse registro musical, realizado pela força e atualidade da canção, e também para homenagear esse grande artista, meu parceiro e amigo, Adilson Dhio, filho de Dona Nice e seu Maroto. Um artista genuinamente conquistense que tanta falta nos faz com seus versos e canções.
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Como disse Edilson Dhio em um dos seus trabalhos: “Somos filhos dessa terra de chapadas e agrestes, deixe o meu sertão falar por mim, de um povo altivo, hospitaleiro que tú és, dos mongoiós, dos pataxós, dos imborés, terra da fartura, berço da cultura de esperança e graça, meu peito se veste, orgulho de ser Sudoeste.” Alegria nossa de ter contado com todos esses citados filhos do sudoeste baiano para prestar essa homenagem.
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Tenho orgulho e gratidão aos artistas e amigos que fazem minha caminhada mais leve pelo dom da arte que nos une e alimenta nossa alma”.



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