Opinião: ‘Dor na alma’

Por Sandra Marques – Advogada

“Mais uma vida jogada fora, um coração que já não bate mais, descanse em paz, sonhos que vão embora, antes da hora, sonhos que ficam pra trás…”

E assim, calou-se mais uma vítima da brutal violência do trânsito…
Desta vez, mais uma mãe chora desolada pela perda de uma filha de 18 anos!
Não há nada que serve de consolo, foi cruel, repentinamente, sem despedida.

A morte sempre dói, mas quando ela vem de forma trágica e tão rápida, a dor é mais doída ainda. Pra mãe que enterra sua filha, morta estupidamente, esta dor nem tem nome… dói tanto que anestesia a alma.

E só aos poucos, o tempo vai fazendo o seu trabalho de costurar o coração dilacerado dessa mãe, juntando os pedaços espalhados pelo peito… bem aos poucos!

As batidas descompassadas desse coração remendado tentam seguir o ritmo da vida, aos poucos…

De tempos em tempos, quase sempre, um remendo arrebenta e a dor persegue pela alma, não há cura!… resta apenas um vazio!

Eu não conhecia a moça, vítima do “acidente anunciado”, nem sua mãe, porém a história se assemelha a do meu irmão, também vítima desta mesma tragédia. Foi arrancado do seio de nossa família há 16 anos, de igual forma, tragicamente e repentinamente…

Há 16 anos que minha mãe vem fazendo remendo no coração que já foi remendado.

A morte dessa moça fez o tempo voltar, as emoções vieram à tona… o susto, o choro, a revolta, o não querer acreditar, o querer que a pessoa volte e que digam que não é verdade… minha mãe sabe bem o que é o gosto amargo do desgosto!

Mais uma vez, estamos perplexos diante da estupidez humana em achar que não tem problema misturar álcool e direção, alta-velocidade e irresponsabilidade.

Até quando as pessoas irão insistir em banalizar a vida?

Até quando? Não foi fatalidade, foi a sanha do homem que despreza aquilo que Deus deu de mais sagrado, a vida!
Sejamos vigilantes!

A esta mãe que hoje sofre pela perda de sua filha, só posso dizer que o tempo vai amenizar a sua dor, vai “amenizar”… aos poucos!



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