Repercussão nacional: Morto por desligar wi-fi, homem iria se tornar avô e esperava aposentadoria

Alexandre Vita, 47, não verá o nascimento do primeiro neto. Também não receberá a aposentadoria por invalidez — a autorização para o benefício saiu hoje, quatro dias depois de ter sido esfaqueado, supostamente, depois de ter desligado o sinal de wi-fi que compartilhava com o vizinho. O crime aconteceu em Ourinhos, a 371 quilômetros da cidade de São Paulo.

Alexandre era inspetor de alunos em uma escola primária, mas estava afastado havia três anos por um problema crônico no quadril, que lhe causava dores fortes.

Alexandre era inspetor de alunos em uma escola primária, mas estava afastado havia três anos por um problema crônico no quadril, que lhe causava dores fortes.

Mesmo assim, diz seu irmão, Leonardo Vita, 45, “lidava sempre com bom humor e fazendo piada com todo mundo, inclusive dele mesmo”. A doença também lhe causava dificuldades de locomoção e espasmos constantes, que Alexandre tratava continuamente com injeções em uma clínica no município de Marília. Devido à doença crônica, Alexandre recebeu finalmente hoje autorização para se aposentar por invalidez. “Ele esperou tanto esses anos todos por conta do seu problema. Saindo algum dinheiro da aposentadoria ele falava em sair dali [onde morava] e arrumar uma casinha próxima da namorada”, diz o irmão. Alexandre morava sozinho e namorava Ana Paula do Nascimento, 42, havia 7 anos.

Depois de voltar para casa após passar o fim de semana com a namorada, Alexandre foi assassinado com golpes de faca dentro de casa pelo vizinho Evandro Leonardo de Paula, 31, diz a polícia civil. O motivo: ele teria deixado o roteador de wi-fi desligado durante o período em que esteve fora de casa. Segundo Ana Paula, o namorado emprestava a senha da rede para Evandro, após o vizinho ter pedido para compartilhar a internet sem fio. “Eles não tinham uma relação, quando ele viu que o Alexandre tinha wi-fi, ele pediu a senha e disse que ia pagar. Mas só pagou uma ou duas vezes, e o Alexandre nem cobrava, dizia: ‘quando ele puder, ele paga'”, afirma a namorada.



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