‘Um monstro obcecado por Isabel’, diz irmã de balconista morta pelo ex-marido na Bahia

Ainda sob efeito de medicamentos, Maraísa Bramont, 31 anos, compareceu na manhã deste sábado (23) ao Instituto Médico Legal Nina Rodrigues (IMLNR) para liberar o corpo da irmã, a recepcionista Isabel Cristina Bramont Moraes, 35 anos.  “Ele é um monstro, é obcecado por Isabel”, disse ela em relação ao ex-cunhado, Jairo Fernandes.

Isabel foi levada à UPA de Itapuã pelo próprio Jairo. Ela apresentava sinais expressivos de agressões físicas. “Olhei o corpo dela todo e não tinham sequer uma perfuração. Ele a matou com uma esganadura”, declarou Maraísa no IMLNR.

Apesar da declaração de Maraísa quanto à causa da morte de sua irmã, a assessoria de comunicação da Polícia Civil informou apenas que Jairo está preso por feminicídio. Ele passou pela audiência de custódia no início da tarde, na Central de Flagrantes, e a Justiça decretou a prisão preventiva de Jairo. O corpo de Isabel foi enterrado às 16h30 deste sábado, no cemitério Campo Santo, na Federação.

Prisão 
Assim que Isabel deu entrada na UPA, Maraísa foi avisada por enfermeiras da unidade. “Me disseram que ela tinha passado mal e que por isso estava lá. Quando cheguei, foi o momento que elas falaram a verdade para mim. Fiquei arrasada”, contou a irmã da vítima.

No mesmo momento que ligaram para Maraísa, as enfermeiras acionaram a Polícia Militar do posto, que prendeu Jairo.

“As enfermeiras desconfiaram pelo fato de Jairo ter chegado de bermuda, sem camisa e com arranhões no rosto, como se minha irmã tivesse lutado para não morrer”, contou.

Espancamentos
Isabel e Jairo não eram casados, mas estavam juntos desde quando ela tinha 14 anos. “De uma hora para outra, ele desenvolveu um ciúme doentio. Só deixava minha irmã sair com a mãe e a irmã dele. Uma época ela teve que sair de todas as redes sociais por determinação dele”, contou.

Isabel era espancada constantemente. “Ele batia muito, mas ela nunca prestou queixa. Ele a empurrou de uma escada abaixo e com um tapa lesionou o tímpano dela. A gente sabia de tudo, mas ela sempre dizia que estava tudo bem, o que não era verdade. Mas não podíamos fazer nada a não ser apoiá-la em suas decisões”, lamentou Maraísa.

Ultimamente, Isabel morava na casa da sogra, em Itapuã, junto com as duas filhas que teve com Jairo. “A gente sabia que o relacionamento deles era algo estranho. Ela dormia na casa da sogra e ele em outro lugar, vivia saindo com outras mulheres. Eu mesmo já o vi com outras mulheres na rua”, relatou Maraísa.

Isabel era a filha mais velha de quatro irmãs. “Minha irmã era zelosa, fazia tudo pelos os filhos. Só vivia sorrindo, apesar de todos os problemas com ele, ela vivia sorrindo. Era uma mãe, uma irmã excepcional”, lamentou Maraísa



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