Eleições 2018: “O meu candidato a deputado federal é Lúcio Vieira Lima”, diz Herzem; leia a entrevista

Por Fábio Sena – Siga News

O prefeito Herzem Gusmão (PMDB) vem buscando se consolidar como liderança política regional e está reunindo prefeitos, vereadores e deputados para alavancar a candidatura do ex-governador Nilo Coelho à chapa majoritária na condição de vice-governador. A ideia já alcançou a capital baiana e, segundo se comenta nos bastidores, o próprio Nilo Coelho já teria conversado pessoalmente com o prefeito de Salvador, ACM Neto, sobre a hipótese de ser seu vice nas eleições que se avizinham.

Na visão de Herzem, Nilo Coelho é o mais legítimo representante das regiões sudoeste e oeste do Estado. A primeira amarração em torno da proposta vai acontecer no próximo sábado, na fazenda do ex-prefeito de Guanambi. “De nada adianta você ser o prefeito da terceira maior cidade da Bahia, algo muito importante, se você não consegue polarizar politicamente este território. Então, a gente traz uma liderança como Nilo Coelho, ex-governador da Bahia, e você acaba influenciando de Vitória da Conquista até o Vale do Iuiu, Bom Jesus da Lapa”.

Nesta entrevista exclusiva ao Siga.News, para tratar estritamente de pautas políticos-eleitorais, o prefeito argumenta em defesa da candidatura de ACM Neto ao governo do Estado, para ele o mais provável futuro governador da Bahia, opina sobre as candidaturas a deputados da base, com evidente inclinação para a postulação do secretário de Mobilidade Urbana, Esmeraldino Correia, mas sem deixar de citar nomes como Sheila Lemos e Lúcia Rocha. Ainda declara sua predisposição de apoio ao deputado federal Lúcio Vieira Lima.

Confira abaixo, na íntegra, a entrevista.

Siga.News: Prefeito, o debate atual é esta incógnita acerca da candidatura do prefeito ACM Neto ao governo do Estado. Estamos caminhando para o prazo legal de desincompatibilização. Afinal, ele será o adversário de Rui Costa?

Herzem Gusmão: Eu nunca tinha dúvidas da candidatura de Neto, até pelo desempenho dele nas pesquisas. Eu tenho uma pesquisa de Neto, numa espontânea, com 61% das intenções de voto, e sem vir aqui. Enquanto o governador está vindo, inundando a cidade de promessas, e utilizando até esta história da Policlínica para fazer uma campanha escancarada, e eu vejo showmícios proibidos sendo realizados com fartura na inauguração dessas policlínicas, com investimentos de R$ 400 mil em Luan Santana, Aviões do Forró e companhia. Neto sem vir aqui tem 61%. E aí a gente entende porque eles inundaram a cidade de cartazes, tentando associar a imagem de Temer, de forma negativa, ao presidente Michel Temer, um grande presidente que temos em matéria de Economia, fazendo coisas grandiosas pela pátria. Mas eu nunca tive dúvidas de que Neto será o nosso candidato. José Carlos Aleluia, nosso deputado federal, que foi presidente do DEM, uma liderança nacional, disse categoricamente que a chance de Neto não ser candidato é zero. Então, quem está pensando o contrário está enganado. É um grande candidato e é, na minha opinião, o futuro governador da Bahia.

 

Siga.News: O prefeito tem articulado a inserção do ex-governador Nilo Coelho nesta formação de chapa, inclusive convidando lideranças e prefeitos a discutir a possibilidade. Há viabilidade para uma candidatura dele?

HG: Vitória da Conquista é a terceira maior cidade da Bahia. Eu sempre dizia que, em que pese os grandes líderes que passaram por Conquista, como Gerson Gusmão Sales e José Pedral, a cidade nunca influenciou Itambé politicamente, Anagé, nem Planalto. A influência é natural pela localização, pela prestação de serviços, por tudo que representa em saúde, educação, construção civil, o forte comércio, mas não influencia politicamente. De nada adianta você ser o prefeito da terceira maior cidade da Bahia, algo muito importante, se você não consegue polarizar politicamente este território. Então, a gente traz uma liderança como foi Nilo Coelho, o ex-governador da Bahia, e você acaba influenciando de Vitória da Conquista até o Vale do Iuiu, Bom Jesus da Lapa, e isso explodiu como uma bomba, positivamente, uma repercussão extremamente positiva em Salvador, e Nilo é um grande nome que também repercutiu muito bem em sua terra, Guanambi, e nós tivemos o apoio já de Bruno Reis, de partidos políticos, de Leur Lomanto, que está em defesa do ‘volta Nilo”, o avô foi governador da Bahia, estamos conversando com Michel Hagge, com Eduardo Vasconcelos, de Brumado, que ainda não respondeu, e eu entendo que o sudoeste precisava de um nome como Nilo. E o nome dele está sendo colocado, teve aceitação muito boa, repercussão enorme na imprensa, e no próximo sábado teremos uma reunião na fazenda de Nilo, uma reunião das forças políticas regionais, vários prefeitos estarão presentes, deputados, pra gente discutir o Sudoeste, porque há um esquecimento do Sudoeste, Fábio. Desde quando o jornal A Tarde denunciou 94 obras paralisadas no interior, que nós formamos aquela comissão de deputados, mudou muito pouco ou quase nada. Então, a Bahia precisa ter um olhar especial para o interior. Estamos desassistidos, não existe governo no interior do Estado, só promessas. Como agora, mais uma promessa da barragem que não tem sequer licença ambiental. Então precisamos movimentar as forças políticas para ser capaz de atrair investimentos do governo para o interior do Estado.

Siga.News: Vitória da Conquista terá um deputado eleito na base do governo municipal?

HG: Teremos. Nós temos pré-candidatos excelentes, nomes excelentes. O ex-comandante Coronel Esmeraldino Correia fez uma gestão à frente da Secretaria de Serviços Públicos extraordinária, um homem que pegou uma secretaria com um índice de infestação de dengue de 7.8 e entregou com menos de 3. Isto é uma vitória extraordinária, isto denota muito trabalho. Limpou a cidade, iluminou a cidade, mudou o visual da cidade. As pessoas que estão decolando à noite olham e diz que é uma outra cidade. Hoje está à frente da Mobilidade Urbana, fazendo uma outra gestão positiva, com dedicação, força, coragem e determinação. Temos Sheila, Dudé, Lúcia Rocha, tem Salomão. Mas nós esperamos um momento de você buscar uma escolha, estabelecer um critério. Acho que o critério mais justo é a pesquisa. Todos são candidatos, mas nós deveremos ter a grandeza, a maturidade de escolher um instituto confiável para que nós convençamos nossos pré-candidatos sobre qual o melhor caminho. Lúcia Rocha colocou o nome como deputada estadual. Veio aqui falar comigo que está propensa a sair federal para ajudar Esmeraldino. Quer dizer, é um gesto de grandeza. Daqui a pouco Sheila, candidata a estadual e tem até sinalização para que venha para o PMDB, e ela está manifestando este desejo, vamos conversar com Esmeraldino, e nós estamos trabalhando porque Conquista precisa de representatividade política.

Siga.News: E em relação a deputado federal, qual será o caminho do prefeito?

HG: O meu candidato a deputado federal é Lúcio Vieira Lima. Ontem eu recebi aqui ligações da assessoria dele mandando emendas e mais emendas para Vitória da Conquista. E quando alguém pergunta o que Lúcio fez por Conquista, digo que é uma prestação de contas fácil. Primeiro, o aeroporto não chegaria ao estágio atual não fosse Lúcio e seu irmão, na época o ministro Geddel Vieira Lima. Eu invoco o testemunho de Zé Maria, presidente do Movimento Conquista Pode Voar Mais Alto, quando voltou de Salvador ouvindo de forças do governo que o aeroporto era um sonho de boteco. Ele me disse que não havia outra solução senão buscar Lúcio e Geddel. Procurei e foi destravado o aeroporto. Agora, já nesta fase final, o aeroporto precisou dos dois em Brasília. O Lúcio conseguiu recursos, quase R$ 1 milhão, uma emenda para a casa de atendimento à mulher. Conseguiu o que o governo do Estado tentou durante muitos anos: credenciar o Hospital Samur com equipamentos novos para a Unacon, Unidade de Tratamento do Câncer, com radioterapia, quimioterapia, cirurgias oncológicas. Até bem pouco tempo, uma simples cirurgia de próstata era feita em Salvador. Então, o Lúcio tem respondido e o nosso candidato é ele. Tem também Marcelo Melo, que fez um trabalho muito bom à frente da Educação. Portanto, o momento é importante, nós estamos conversando política, precisamos de representatividade e vamos avançar.



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