Conquista: Seminário encerra projeto que relembrou a Greve dos Catadores de Café de 1980

O projeto A Greve dos Catadores de Café: “O despertar das Consciências Adormecidas”, teve seu encerramento realizado ontem (16), com um seminário. O projeto, que tem como temática os 37 anos da greve do café,  ocorrida em 1980, foi realizado no auditório da Faculdade Maurício de Nassau.

A programação contou com mini plenárias com diversos temas, como “Trabalho, previdência e gênero: Só a luta e organização garantem os nossos direitos”, “Terra e Territórios: A luta não para!”,  “Organização, Direitos Humanos e Juventude: O despertar das consciências adormecidas”, dentre outros. O evento contou ainda com participação de pessoas da comunidade e apresentações culturais. Os deputados Waldenor Pereira (federal) e Zé Raimundo (estadual) participaram do evento e falaram sobre sua participação e apoio durante a greve, que envolveu 35 mil trabalhadores e trabalhadoras do café dos municípios de Vitória da Conquista e Barra do Choça. Participaram também o advogado e historiador Ruy Medeiros, Antônio Dias, professor aposentado da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Eliana Rolemberg, diretora da Associação Brasileira de Associações Não Governamentais (Abong), padre Luís Mosconi, representando os padres italianos das Comunidades Eclesiais de Base que apoiaram a mobilização na época e padre Ângelo Zanré, da Cáritas Regional Nordeste II.

O projeto foi idealizado por Noeci Salgado, que foi uma das maiores lideranças da greve, junto com outros participantes, que acreditaram na importância de relembrar a mobilização da época. “Esse projeto nasceu há um ano atrás, por algumas pessoas preocupadas com a questão da formação política, preocupadas com a perda de direitos e todos os problemas que atingem tanto os trabalhadores da área rural como urbana, pensamos em resgatar algumas lutas aqui da região que foram bastante significativas”, explica Daniel Piccoli, um dos organizadores.

O projeto já havia realizado um seminário no mês de abril, que reuniu fotografias e documentos da época em uma exposição, além de exibição de documentário e depoimentos de pessoas que participaram da greve. Depois a exposição se tornou itinerante, levando também para as comunidades que participaram dos 11 dias de paralisação da greve fotografias e  documentos. A exposição passou pelo Povoado da Estiva, Assentamento Cangussu, São Joaquim, Capinal, Poço Verde, Lagoa de Melquíades, Limeira, Assentamento Caldeirão, Paróquia São Miguel, Vila do Café, em Ribeirão do Largo, Barra do Choça, Campo Formoso, entre outras localidades. Ao todo, 14 comunidades foram visitadas pela exposição.

O projeto foi organizado pela Fundação Edivanda Maria Teixeira com o apoio do Laboratório de História Social do Trabalho (Lhist) da UESB, dos mandatos dos deputados Zé Raimundo (estadual) e Waldenor Pereira (federal), do escritório jurídico do advogado Ruy Medeiros, da Coordenadoria Ecumênica de Serviço (CESE) e do Centro de Estudos e Ação Social (CEAS). Tem como colaboradores a secretária executiva da Fundação, Elane Ferraz, Noeci Salgado, Daniel Piccoli, Luciene Rocha, Inez Andrade e Arnaldo Pereira.



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