Opinião: Tempos Estranhos

Por *Vilmar Rocha

Vejam esses fatos: 1: O prefeito do Rio de Janeiro quer barrar o Queermuseu no Museu de Arte da cidade; 2: Juíz concede liminar para tratamento psicológico para homossexuais por conta da homossexualidade. 3: Vereador de Conquista colocar outdoor na rua insinuando a intervenção militar.

O que esses fatos têm em comum? A resposta é muito simples, todos eles causaram revolta e incentivaram protestos pela população. No caso 1, penso ser uma tentativa clara de censura à arte, o que vai totalmente de encontro à Constituição Federal. A questão que me paira é: como o chefe do executivo pode querer infringir a nossa Carta Magna? Penso também que essa atitude incita o retrocesso ideológico no sentido de tentar incorporar a privação ao povo.

No que tange o caso nº 2, é fato que a decisão é frágil, visto tratar-se de uma liminar e já tem gente, de forma certeira, correndo atrás para derrubá-la. É límpida essa posição carregada de ideologia religiosa e preconceituosa (não que uma coisa tenha a ver com a outra (pelo menos, não é pra ter)). Logo, percebemos que a justiça não está sendo laica e tampouco garantindo o direito de alguns cidadãos, que, segundo a mesma Constituição, que já citei, devem ser tratados como iguais. O caso já foi discutido e rediscutido e a autora da ação não quis gravar entrevista. Será que ela se orgulha, portanto, da sua atitude? Momento de reflexão.

O caso mais próximos de nós é o último que citei. O legislador faz campanha a favor da intervenção militar. O que me preocupa, aqui, é justamente o risco mantral dessa campanha. Há ruídos e boatos que dizem que o brasileiro quer intervenção militar, mas penso que o que o brasileiro quer mesmo é o fim da corrupção. Não são os militares que resolverão isso. A minha preocupação se pauta justamente no tempo, ou melhor, no passar dele. Quanto mais nos distanciamos do período da ditadura miliar, mais ela parece ter sido branda e sem consequências danosas ao país e a milhares de pessoas. Precisamos, minha gente, ter memória e lembrar que qualquer intervenção desse tipo é danosa, inclusive ao legislativo, que corre o risco de extinção.

Creio que, por fim, precisamos de um país melhor e com dirigentes melhores. Rogo para que as pessoas deixem de ser corruptíveis e que o egoísmo e o próprio favorecimento não sejam eixos direcionadores da política e dos poderes. “Na boa: A gente tá cansado disso!”

*Vilmar Rocha é licenciado em Letras pela Uneb e professor de português, como idioma vernáculo e inglês, como língua adicional. É especialista em Ensino de Línguas Mediado Por Computador pela UFMG e Mestrando em Letras: Cultura, Educação e Linguagens na Uesb. Também é Administrador e Especialista em Gestão Empresarial. Já trabalhou na gestão de contratos e desenvolveu projetos socioambientais.



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