A exposição fotográfica A Greve dos Catadores de Café Itinerante, com tema “O Despertar das Consciências Oprimidas”, evento que resgata a história da greve do café em Vitória da Conquista e Barra do Choça, passou ontem (30) pelo povoado de Campo Formoso, a 40 km de Vitória da Conquista. A exposição comemora os 37 anos da greve dos catadores de café.. O tema começou a ser abordado em abril, com a realização de um seminário na Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (UESB).
A exposição está sendo realizada em várias localidades de Vitória da Conquista e região Sudoeste. É organizada pela Fundação Edivanda Maria Teixeira com o apoio do Laboratório de História Social do Trabalho (Lhist) da UESB, dos mandatos dos deputados Zé Raimundo (estadual) e Waldenor Pereira (federal), do escritório jurídico do advogado Rui Medeiros, da Coordenadoria Ecumênica de Serviço (CESE) e do Centro de Estudos e Ação Social (CEAS). Tem como colaboradores a secretária executiva da Fundação, Elane Ferraz, Noeci Salgado, Daniel Piccoli, Luciene Rocha, Inez Andrade e Arnaldo Pereira.
O deputado estadual Zé Raimundo marcou presença no evento, que contou com vários depoimentos de pessoas da comunidade que participaram da reunião, mostra de documentos e retratos da época da greve e fotos de lideranças antigas e atuais da localidade. Durante o evento, o parlamentar resgatou a importância da greve para o município e região e também falou do relacionamento com a comunidade de Campo Formoso.. Zé Raimundo participou ainda de apresentações culturais e do lançamento do CD do grupo local Pilão de Aroeira, projeto apoiado por ele ainda quando era prefeito de Vitória da Conquista.
O encontro da greve dos trabalhadores do café deve passar por outras localidades até o dia 16 de dezembro, quando realizará seu último evento no Estádio Edvaldo Flores, mesmo local onde foi deflagrada a greve há 37 anos, com a participação de cinco mil trabalhadores do café.
A greve do café
A greve do café foi um grande movimento na história dos trabalhadores rurais de Vitória da Conquista e Barra do Choça. Ocorrida em 1980, no auge da economia cafeeira, os trabalhadores viram que era necessário mudar as condições de trabalho daqueles que viviam da colheita do grão.
Era preciso que se estabelecesse valor da diária e de colheita de café com preço justo, que o transporte fosse seguro, que houvesse alojamentos habitáveis, que a carteira de trabalho fosse assinada, dentre outras reivindicações.
Depois de paralisações, piquetes e muita luta, o dissídio coletivo foi requerido e julgado cerca de um ano depois da greve, reconhecendo várias das reivindicações dos trabalhadores.
