Conquista: Uma homenagem ao comunicador José Pinheiro Soares

Por Mariana Kaoos

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Nós, integrantes da comunidade jornalística de Vitória da Conquista, tivemos na noite de ontem, 17, a triste notícia do falecimento do nosso querido e mestre Pinheiro, empreendedor e dono do jornal A Semana. No velório, ocorrido na Maçonaria Fraternidade Conquistense, diversos jornalistas estiveram presentes, consternados com o acontecimento. Bia Oliveira, Guilherme Barbosa, Dirceu Góes, João Melo, Lú Macário, Rodrigo Ferraz.

Quieta e observadora, percebi que todos, além do choro e da homenagem, tinham em comum uma série de histórias e estórias, vividas ao longo de todos esses anos, com Pinheiro. Ouvi atenta o casos de Bia, durante muitos anos editora chefe do jornal, sobre as pirraças, as risadas, as dificuldades de se manter um impresso em Vitória da Conquista e a desvalorização gradual dos poderes públicos e privados com o mesmo, paralelo ao surgimento e consolidação de outros meios de comunicação, principalmente sites e blogs. Muito amiga de Pinheiro, Bia não chorava, pelo contrário. Ela sorria e sua fala possuía um quê de celebração, gratidão, exaltação pelas experiências adquiridas ao lado do amigo.

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Já Lú Macário, de lágrimas nos olhos e visivelmente abalada, pôs-se a falar de como foi Pinheiro a primeira pessoa a abrir as portas para ela, há dez anos, quando chegou à cidade e precisava se inserir no mercado de trabalho. Na época, o jornal A Semana era o grande jornal de Vitória da Conquista e região e trabalhar nele era um ótimo requisito para qualquer jornalista ter no currículo. Todos disputavam espaço na redação.

Bom, assim como Bia e Lú, prestei minha homenagem a Seu Pinheiro, relembrando do meu período como repórter do jornal e de como foi lá o lugar em que pude praticar os conhecimentos adquiridos no curso de Comunicação, na Uesb, e, mais ainda, sentir na pele como é pautado o dia a dia de um jornalista.

Lembro-me como se fosse hoje que toda segunda-feira havia reunião para decidirmos as matérias da semana. Às 14 horas, Bia já estava sentada na mesa, tomando seu café, nos esperando com seu caderninho cheio de anotações. Seu Pinheiro ficava do outro lado, em sua sala, mas não deixava de opinar. Ah, era uma gritaria, gargalhadas daqui e de lá, pirraças adoidado, piadinhas, mas também seriedade. Visivelmente, para manter o jornal A Semana, era preciso muito compromisso e, acima de tudo, amor pelo jornalismo.

Sem sombra de dúvidas, o Jornal A Semana foi a extensão do curso de jornalismo e Seu Pinheiro e Bia Oliveira, os grandes formadores dos inúmeros, mas inúmeros mesmo, estudantes que passaram por lá. De todas as lembranças as duas que guardo com mais carinho é a de Bia chamando seu Pinheiro de “Piiiiiiiii” e dela me dando broncas, porque certamente que foram essas broncas que contribuíram para o meu amadurecimento profissional e fizeram-me estar no caminho que estou hoje.

Todos nós nos solidarizamos com a dor da família, reconhecemos a importância da figura de Pinheiro para o jornalismo local e esperamos que o jornal A Semana permaneça firme com seus ideais, honrando toda a trajetória que seu dono trilhou na sociedade e no mercado conquistense.

 



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