Opinião: Sabemos realmente fazer direito?

Por *Vilmar Rocha

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Há algumas máximas que volta e meia estão no cotidiano dos sujeitos. Uma delas diz que brasileiro dá sempre um jeitinho para as coisas. Essa afirmação significa que não costumamos fazer as coisas de forma correta, mas que ainda assim, há uma saída para que o resultado seja alcançado de uma forma ou de outra, mesmo que por caminhos tortuosos.

Mas, se existe esse jeitinho, sabemos mesmo fazer direito?

Bom, um exemplo claro é olimpíada. Vimos que para que o evento acontecesse tudo foi feito direito, exatamente como manda o figurino e aquilo que, porventura, não estava adequado foi ajustado em tempo hábil.

A imprensa internacional, que noticiava dias antes da abertura da olimpíada no Rio que os jogos seriam um desastre, depois da festa de encerramento publicou que o Brasil surpreendeu e, fatalmente, eles se renderam a admitir que o evento foi um sucesso.

Logo, ficou provado que o nosso povo sabe fazer direito e tem consciência dos caminhos para que se chegar ao sucesso. Mas, os jogos deram certo para provar aos de fora que somos capazes? O fazer direito é para os outros e não para os nossos?

Veja, estamos em época de campanha eleitoral e outra máxima que tem se ouvido muito é aquela que diz que devemos escolher, entre as opções, o menos pior, já que os nossos eleitos não sabem fazer direito (outra máxima).

Entramos então, em uma situação paradoxal. Ora, se já provamos escancaradamente que dá sim para fazer direito e cumprir aquilo que foi prometido e acordado, por que ainda alimentamos a ideia de que aquele que eleger-se para governar para nós fará um trabalho meia boca, apesar das promessas de melhoria em época de campanha?

Precisamos, portanto, extinguir esse conformismo cultural que está se perdurando há tempos e começar e fortalecer o movimento que explica aos “líderes” eleitos que eles são, na verdade, servidores temporários que, já que se propuseram a estar lá, devem literalmente servir ao coletivo e proporcionar o bem-estar social, fazendo isso direito!

O dia em que estivermos conscientes de que esses representantes temporários não são celebridades e que o caricaturismo não convence, acredito que teremos melhores resultados nos pleitos tão necessários aos cidadãos das mais diversas localidades. Saibamos então, com muita serenidade, escolher direito!

*Vilmar é licenciado em Letras pela Uneb e professor de português, como idioma vernáculo e inglês, como língua adicional. É pós-graduando em Ensino de Línguas Mediado Por Computador pela UFMG e Mestrando em Letras: Cultura, Educação e Linguagens na Uesb. Também é Administrador e Especialista em Gestão Empresarial. Já trabalhou na gestão de contratos e desenvolveu projetos socioambientais.



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