Canibalismo provocado por consumo de droga é mito, assegura especialista

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Suposto efeito de canibalismo provocado por nova droga apreendida no Ceará é mito, afirma o psiquiatra e professor da Universidade Brasília (UnB)Raphael Boechat Barros. Especialista em drogas e seus efeitos no corpo, Boechat pontua que o canibalismo “é um ato muito complexo” e nenhum tipo de droga é capaz de desencadear efeito nesse nível.

A polêmica em torno da droga começou na segunda-feira (4), quando a delegada da Divisão de Combate ao Tráfico de Drogas (DCTD), Patrícia Bezerra, afirmou ter apreendido a metilona, mesma droga que teria gerado caso de canibalismo nos Estados Unidos. Durante coletiva de imprensa, a titular ressaltou que a conclusão se baseou em referências de casos em Miami.

O advogado Paulo Neto, que defende os jovens Omar Martins Azzam, mais conhecido como Marroquino; e Paulo Ricardo de Souza, presos acusados de traficar a droga oriunda da China, contestou a posição da Polícia. Segundo ele, não há laudo técnico que comprove a tipologia química da substância.

“A droga por si não faz uma pessoa roubar ou estuprar, a não ser que já tenha uma pré-disposição a isso, em um surto. Isso é uma fantasia. Nosso cérebro, para tomar um comportamento complexo, precisa ativar várias áreas, e só a droga não é capaz”, ressalta o professor da UnB. A metilona, de acordo com Boechat, tem o mesmo princípio ativo do ecstasy, mas é mais concentrado.



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