Sétima Arte em Destaque: Como Eu Era Antes de Você

Por Gabriel José – Estudante de Cinema da Uesb

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O Gênero Romance no cinema é um gênero que passou por várias transformações, nos últimos anos seja aqueles tipo água com açúcar que já se tornam clássicos, de tanto serem reprisados na TV aberta a exemplo de E se Fosse Verdade , Como se Fosse a Primeira Vez. Romance sempre mexeu comigo, seja como espectador, seja como amante da sétima arte, pode não parecer mais é um gênero que nos últimos anos, vem se renovando, isso soa de forma positiva seja para o espectador ou para indústria do cinema. Namorados para Sempre (Blue Valentine, 2001) trouxe as telas uma verdadeira História do que é uma verdadeira história de amor, do encantamento ao desgaste. Não nessa premissa, mas com uma história com um pé na realidade chega aos cinemas a aguarda adaptação para os cinemas do Best Seller  de Jojo Moyes : Como eu era Antes de Você .

Rico e bem-sucedido, Will (Sam Claflin) leva uma vida repleta de conquistas, viagens e esportes radicais até ser atingido por uma moto, ao atravessar a rua em um dia chuvoso. O acidente o torna tetraplégico, obrigando-o a permanecer em uma cadeira de rodas. A situação o torna depressivo e extremamente cínico, para a preocupação de seus pais (Janet McTeer e Charles Dance). É neste contexto que Louisa Clark (Emilia Clarke) é contratada para cuidar de Will. De origem modesta, com dificuldades financeiras e sem grandes aspirações na vida, ela faz o possível para melhorar o estado de espírito de Will e, aos poucos, acaba se envolvendo com ele.

Não há nada de novo na forma como a diretora Thea Sharrock conduz seus personagens, cumprindo todas as exigências para chegar ao arquitetado deslumbramento do público. Ainda assim,Como Eu Era Antes de Você não é como tantos outros romances à la Nicholas Sparks já adaptados para o cinema. Pelo roteiro escrito pela própria  Jojo Moyes  o filme ganha um quê de especial.

A história pode ser idealizada, como todos os romances “água com açúcar”, mas o senso de humor mantém seus pés na realidade. Os personagens são tratados com carinho, não reverência. E ainda que o amor seja o foco, o sentimento não é tratado como a solução de todos os problemas. Como o próprio título aponta, amar transforma, mas não define. É uma parte essencial, não o todo.

A dignidade desse “eu antes de você” construído pela narrativa se deve ao elenco. Perfeitamente escalada, Clark transforma Lou na mais apaixonante das criaturas, com sua gentileza de princesa da Disney e figurino colorido (belamente montado por Jill Taylor). Ao mesmo tempo, se mantém imperfeita e é a sua evolução que garante a empatia do espectador , embora em algumas ocasiões sua atuação me pareceu um pouco afetada, parece que ela tem um só tipo de expressão para todo tipo de situação , para mim isso também se deve a um defeito da direção.  Já Sam Claflin, evita transformar o dessabor de Will pela vida após o acidente que o deixou tetraplégico em motivo de pena, encarando a situação com uma lógica quase cruel. Ele rouba o filme pra si, e sua interação  com a Emilia clarke é maravilhosa, cada momento do relacionamento do casal foi tratado com muita delicadeza que você acaba se envolvendo com a história de amor dos dois .

O roteiro em alguns aspectos deixa a desejar, faltou mais dramaticidade nas cenas fortes, impactantes que poderiam ser maiores , devido a sua carga emocional. A trilha sonora é bem presente durante toda a narrativa , com músicas marcantes em sua grande maioria conhecidas do grande publico , (posso citar Photograph do Ed Sheran) sem se tornarem excessivas .

Como eu Era Antes de Você pode seguir o protocolo do gênero, mas evita se tornar um clichê. Moyes é uma “romântica realista”, que intercala doce e amargo e cria um filme sincero, para ser visto de coração aberto e lenço em mãos.



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