Caio Irineu Tomaz da Rocha e Daniel Paschoal Camargo, agredidos durante um show de Ivete Sangalo em São Paulo na sexta, foram convidados pela cantora para ir a outra apresentação sua, assistindo do palco, com direito a tratamento vip. Os dois são namorados e a agressão teve motivação homofóbica, segundo depoimento das vítimas.
Durante o Superpop da quarta-feira (15), Ivete foi entrevista por telefone ao vivo e chamou os dois: “Vão curtir comigo e protegidos por mim, que vou estar na frente. Eu mesma vou proteger vocês”, prometeu.
A cantora desabafou com tristeza pelo ocorrido. “É algo deplorável, fiquei muito triste, muito decepcionada. Acompanhei de perto com o pessoal do CPM, que me mantiveram informada, tomaram atitudes e trocaram o pessoal da segurança, já tem inquérito na policia. Mas eu acho que tudo que se possa fazer é uma maneira da gente tentar amenizar, mas é tão difícil quando você não tem liberdade para ser o que você é. É tão desumano que eu me sinto infeliz diante disso tudo”, falou a cantora
Agressão
Dois fãs da cantora Ivete Sangalo foram agredidos por seguranças enquanto assistiam o show da baiana no último sábado (11). O show acontecia no Centro de Tradições Nordestinas, Zona Norte de São Paulo. Em entrevista a TV Globo, Caio Tomaz da Rocha relatou os momentos que antecederam a agressão.
“Nós estávamos parados na frente do banheiro, esperando as duas pessoas que estavam com a gente e chegou dois frequentadores dizendo que a blusa que estava na minha mão era deles. Eles viram que a gente estava discutindo por causa da blusa, que o rapaz chegou e falou para a gente que a minha jaqueta era deles, e aí eles já me pegaram, dois seguranças, me pegaram pelo braço, começaram a me enforcar”, relembra o jovem.
Além da acusação de roubo, Caio ouviu comentários homofóbicos dos seguranças que expulsavam ele e seu companheiro do espaço a socos e pontapés. “A única oportunidade que eu tive para falar pra eles, que eu lembro, que foi: ‘Vocês estão me matando… tô ficando sem ar (…) Aí ele pegava e falava que eu tinha que morrer mesmo, que… gay e ladrão tinha que morrer. E nisso que me pegaram pelo pescoço, me jogaram no chão, começaram a me chutar… vinham muitos seguranças e me chutavam muito”, falou.
Durante a ação, uma amiga do casal teve o celular quebrado por um dos seguranças enquanto tentava filmar a confusão.