Tome Nota: Frio e rock n roll

Por Mariana Kaoos

Caros amigos: dia vai, dia vem e aqui estamos nós, nos encontrando em mais uma segunda feira da vida. Hoje, especialmente no dia de hoje, acordei com frio e quase que não levantei da cama. Abri minha janela e vi uma cidade tomada de neblina e garoa. Prontamente fiz um café e, animada com a ocasião, comecei a preparar a minha playlist do dia. Não sei vocês, mas com esse tempo cinza e melancólico senti uma vontade violenta de ouvir muito, mas muito rock n roll.

Não que eu seja uma conhecedora nata ou que o gênero musical domine as minhas preferências musicais. Contudo, sempre que escuto algumas bandas, minha percepção de mundo e vida se estendem. E aí eu deixo de ser gente para virar som.  Com vocês também acontece dessa maneira?

Bom, partindo da perspectiva de que eu já olhei a previsão do tempo para o restante da semana e , muito provavelmente, o frio irá nos açoitar esses próximos dias, o que vocês acham de fazermos uma troca de musiquinhas, bandas e referências do rock?  Sim? Maravilha então! Até porque eu estou aqui falando do frio, mas a bem da verdade é que rock n roll se adequa a qualquer clima e estação do ano. Sendo assim e assim sendo, eu vou começar por aqui e vocês podem completar nos comentários, pode ser? Ok, ok. Então vamos lá:

Simple Minds:

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Esses dias eu assisti um filme bacanérrimo da década de 1980 (1985 para ser mais exata) chamado Clube dos Cinco. Dirigido por John Hugues, o filme é norte americano, do gênero drama e se passa numa escola. Digo, Clube dos Cinco conta a história de cinco estudantes (cada qual com sua respectiva personalidade e representação social) que vão para detenção num sábado à tarde e, a partir dai, diversos desdobramentos ocorrem. A última cena do filme é focada em um dos personagens (o encrenqueiro John Bender) em uma quadra de esportes, caminhando e levantando a mão para o alto. Nesse momento exato, uma música começa a tocar: Dont You (Forget About Me), de uma banda escocesa  mais conhecida como Simple Minds.

Olha, o que eu tenho a dizer para vocês é que a música e a banda são divinamente incríveis. Para mim que, até então, não conhecia, ouvir Simple Minds tornou-se um vício diário, bem como uma das melhores descobertas sonoras que tive nos últimos tempos. Falando um pouco deles, o que posso lhes passar de informação é mais ou menos isso aqui: Eles fizeram muito sucesso entre as décadas de 1980 e 1990 (no comecinho), mas estão produzindo até hoje. O Simple Minds já adentrou pela onda do new wave e, no fim dos anos 80, se engajaram com o ativismo político, chegando a realizar uma série de concertos nos Estados Unidos e Europa, juntamente com outros artistas que objetivavam dar visibilidade aos males do apartheid na África do Sul. Bacana, né?

O Simple Minds tem um total de 19 discos e várias músicas deliciosas que valem a pena conhecer:

The Cure:

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The Cure foi, é e, acredito que, sempre será a minha banda de rock preferida. Formada em 1976, na Inglaterra, os meninos fazem um som de muita qualidade. Eles estão em circulação até hoje, mas o único integrante original do grupo é o vocalista, Robert Smith. Eu não gosto muito de categorizar, contudo, como sempre rola dessas, acredito que os meninos estejam engendrados dentro do que chamamos de pós punk, ou até mesmo rock alternativo,  assim como outras bandas como The Smiths, New Order e Joy Division.

Para vocês terem uma ideia, The Cure já vendeu, até o ano de 2004 mais de 30 milhões de discos em todo o mundo, sendo que, só no Reino Unido foram mais de 1.1 milhão de copias certificadas. São 13 discos com baixos cortantes e melodias intensas.

A primeira vez que ouvi The Cure foi por volta dos meus 15 anos de idade. Tinha roubado um disco deles da casa de um primo, só por conta da capa, que, lembro como se fosse hoje, tinha achado maravilhosa. Quando ouvi uma música intitulada Jumping Someone Else’s Train fiquei absorvida, inebriada com aquele som. Digo, até então, as minhas referências de rock não passavam por aquele eixo. Aí quis conhecer absolutamente tudo o que eles fazem e o resultado não deu outro que paixão avassaladora. Dentre as minhas canções preferidas, está uma, mais conhecida como Lets Go To Bed. Saquem só:

Led Zepellin:

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Quando eu tinha dezesseis anos, estudava em um colégio de Vitória da Conquista chamado Educandário Juvêncio Terra. Como não morava tão perto, acordava cedo que só para me arrumar e conseguir chegar a tempo do, pelo menos, segundo horário. Aí lembro que minha rotina era sempre a mesma: me espreguiçava vinte minutos na cama, levantava, tomava banho, ficava mais dez minutos enrolada no edredom e colocava a farda debaixo da coberta. Todo esse processo era, para mim que odeio acordar cedo, um suplício tremendo, se não fossem por um disco que ficava no repeat do meu som: o primeiro disco do Led Zepellin.

Durante todo aquele ano, foi o Led Zepellin quem me impulsionava, me estimulava a começar o dia de forma empolgada. Mas também, como que isso não haveria de acontecer? A banda é britânica, formada em 1968 (durou até por volta de 1982), tem um total de nove discos e é tida como uma das maiores referências do rock mundial.

Jimmy Page é considerado, até hoje, um dos maiores guitarristas do mundo e a voz de Robert Plant é inconfundível. Eles já venderam mais de 111 milhões de discos e quem se propõe a ouvi-los, certamente que terá uma experiência voraz.

A sugestão de música é Down By The Seaside, do disco de 1975, intitulado Pshysical Graffiti.  A canção é de autoria de Robert e Jimmy e fala um pouco das percepções de ambos acerca das coisas que eles veem e os tocam:

Barão Vermelho:

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Tem muita gente que para por aí e fica questionando se o Barão Vermelho é rock n roll e eu, prontamente, digo que é sim senhora. Dotados de malemolência carioca, os meninos do Barão movimentaram o cenário brasileiro durante toda a década de 1980. Primeiramente pelo comportamento avassalador que todos, principalmente Cazuza, tinham em palco. A palavra de ordem era transgressão. Depois, por conta das composições que diziam respeito, representavam toda uma juventude da época. Por fim, mas não menos importante, pelo som, frenético que eles faziam.

Na época, Cazuza foi tido como o maior poeta daquela geração e o Barão Vermelho uma das melhores bandas. Eu, particularmente, gosto demais do primeiro disco deles, do ano de 1982, que tem músicas como Posando de Star, Ponto Fraco e Billy Negão. É um disco onde eles estão crus e a mensagem é passada de maneira direta, sem muitos subterfúgios. Contudo, considero tudo, absolutamente tudo deles de extrema relevância e qualidade.

Porque eles são atemporais, sabe como é? Dia desses, por exemplo, eu redescobri uma canção que agora não sai mais da minha cabeça e me deixa boba, querendo canta-la em todos os lugares aonde chego. Tão afim de ouvir também? Deem o play aqui então e se liguem na delícia cremosa que essa canção é:



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