Opinião: O Dia Seguinte

Por Marcísio Bahia

ricado

Ontem o escárnio no circo dos horrores quase fez com que me arrependesse de ter sido líder estudantil, entre o final da década de 70 e os primeiros anos dos 80. Vou morrer acreditando nos ideais que preservo, coisa bem fora de moda nos dias atuais. O tal do poder pelo poder atropela, vocifera, ladra, omite, sobressalta doentio. Líderes não existem mais, mas sim umas corjas espalhadas pelo capinzal do grande pasto em que se tornou a tal Nova República. O escárnio apenas serviu para expor, mais uma vez, uma Nação fragilizada, débil, ignóbil. São 516 anos de estrutura separatista, onde uns poucos representam as 16 famílias que somam 60% do Produto Interno Bruto – PIB -brasileiro. Sobem escadas sobre as costas de fiéis, partidários, militantes, coligados…

Tenho certeza absoluta, como observador apartidário, que os efeitos colaterais atingirão a bilateralidade desse esgoto, onde ratazanas ganharam vida na superfície do poder, em todas as esferas, alimentadas por um povo medíocre, que fala sem ter a mínima noção do que fala. Citei meu passado estudantil, onde pude coordenar grupos de idealistas que lutavam contra a mão pesada do poder central, principalmente sobre professores, estudantes, artistas, jornalistas e revolucionários, para valorizar a linha reta que segui como agente social, sem me envolver na comédia vil que é o ambiente eleitoral desse porão do mundo, onde tudo é permitido, a terra brasilis. Claro que temos raras exceções.

Os episódios recentes da história do Brasil mostram a inversão das regras, e neste ponto cabe um questionamento: Se não é para cumpri-las, para que tê-las? Um lado buzina, solta rojões, regozija, enquanto o outro tenta engolir a amarga derrota, em rede nacional. A ilegalidade e a ilegitimidade compõem o tom que deverá amanhecer esta segunda-feira, o pós 17 de março de 2016. Enquanto os discursos tornam-se cada vez mais vazios, proliferam opiniões, de todo lado, mostrando a face de um País caduco, ignorante e acéfalo.



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