Opinião: O padrão já não é mais tão padrão assim

Por *Vilmar Rocha- Colunista do Blog do Rodrigo Ferraz

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Um dos problemas enfrentados principalmente no ambiente escolar é o bullying. Essa palavra é estrangeira e não há tradução para o português brasileiro, mas todo estudante e profissional da educação conhece bem o seu significado. Trata-se de intimidação sistêmica, através de agressões físicas e morais.

O sujeito que é minimamente diferente em um determinado grupo social é fatalmente alvo dessa prática por aqueles que se julgam iguais e dentro do padrão.  Logo, era fácil de se ver os grupos se formando, de acordo com as afinidades e o ataque aos que não são tão afins.

A escola, segundo o educador Mário Sérgio Cortella, deveria, em suma, oferecer apenas escolarização e não educação. As boas maneiras e a instrução de boa conduta das crianças e adolescentes deveriam vir de casa. Aqueles que criam, sejam pais, avós, tios ou responsáveis legais deveriam ensinar aos mais jovens, coisas do tipo: ‘Respeite o coleguinha’, ‘Peça por favor e sempre agradeça’, ‘Retrate-se quando for necessário’, ‘Comporte-se de forma adequada nos ambientes’. Cabe à escola, então, através do conhecimento científico, o estímulo de formar cidadãos críticos e reflexivos, capazes de ser agentes de mudança do seu contexto.

Há algum tempo, viam-se grupos distintos, os chamados guetos. Contudo, hoje, é notado que todo mundo está literalmente junto e misturado. Em tempos contemporâneos, os jovens estão criando identidades próprias e essas identidades estão cada vez mais singulares. Em suma, os grupos já não são mais formados por aqueles que possuem a mesma característica, mas por sujeitos de hábitos e personalidades distintas e a aproximação se dá pela necessidade do convívio social.

Diante dessa diversidade, acredito que o bullying já não faz mais sentido por um motivo muito simples: os agressores tendem a não encontrar mais vítimas fáceis e vulneráveis porque todo mundo é diferente, já que o padrão não é mais tão padrão assim e as gerações estão se reestruturando e se reinventado embasadas no comportamento individual. Nunca a máxima ‘cada um é cada um’ esteve tão em evidência.

As pessoas, então, estão cada mais vez se reconhecendo em um estilo de vida próprio e a posição-sujeito está sendo aceito e inserido nos mais diversos grupos sociais. Mesmo sem esse sentido todo e se caracterizar por uma ação tola e infundada, lembro que o bullying é crime e o agressor deve sofrer as sanções legais. Por fim, convenhamos, então, que o crime não compensa e viver em harmonia é uma das belas coisas da vida! Harmonize-se!

*Vilmar Rocha é licenciado em Letras pela Uneb e professor de português, como idioma vernáculo e inglês, como língua adicional. É pós-graduando em Ensino de Línguas Mediado Por Computador pela UFMG e Mestrando em Letras: Cultura, Educação e Linguagens na Uesb. Também é Administrador e Especialista em Gestão Empresarial e já trabalhou na gestão de contratos e desenvolveu projetos socioambientais.



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