Sétima Arte em Destaque: Zootopia

Por Gabriel José – Estudante de Cinema da Uesb

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A nova animação da Disney se passa em um mundo onde os animais evoluíram, e vivem em Harmonia. Judy Robbs é a primeira coelhinha a se tornar policial, em meio a todo preconceito que isso envolve, ela se une a um raposo  malandro chamado Nick Wilde  para investigar um desaparecimento. É oferecido o mistério , e é basicamente uma história de investigação , pense em Chinatow com tratamento Disney, só que com claríssimos subtextos sobre racismo, diversidade, e uma forte carga dramática. Tudo isso disfarçado em uma animação bonitinha para crianças.

A Construção de mundo em Zootopia é espetacular, a beleza e o nível de4 detalhes são de cair o queixo, é muito inventivo e instigante. O humor é bem segmentado, o filme está mais preocupado em contar sua história, do que te fazer rir, a coelhinha Juddy Robbs , é uma excelente protagonista, carismática, divertida, você se apega ela logo de cara. Já o Nick é cínico, envolvente e sarcástico, e manipulador , os dois funcionam muito bem juntos, é um perfeito estudo de contrastes.

To ansioso para assistir a versão original, infelizmente terei que esperar o blu ray , já que o cinema da nossa cidade só disponibiliza a copia dublada, o elenco original foi escalado de forma primorosa, temos Genifer Gowdin, Jason Batteman, J.K Simons, Idris Elba, e Shakira na canção que não saia de sua cabeça.

O roteiro é muito eficiente em conduzir questões como sensibilidade racial, desde as mais sutis, até momentos martelados, onde acaba ficando moralista demais, mas isso acaba sendo consertado , onde  há uma sequência onde nossa protagonista, faz uma declaração para imprensa, que eu acabei me perguntando: esse filme realmente é da Disney?  A Disney fazendo uma sequência falando sobre  preconceito…. Um ponto forte do filme.

O público-alvo é infantil, mas é evidente que as crianças não conseguirão enxergar conscientemente tudo isso. Porém, a inserção de símbolos de domínio do público adulto – inclusive uma cena de mal gosto sobre naturismo – permite o alargamento do perfil do espectador .

O roteiro é imensamente superior à direção. A maioria das cenas de ação exagera no dinâmico ao estabelecer cortes exageradamente rápidos, como na cena do treinamento de Judy. Ainda mais grave, eles claramente não dominam a linguagem 3D ao usar constantemente rack focus e (ainda mais grave) elaborar planos com pouca profundidade de campo. O resultado é um 3D pífio!

Isso não apaga, porém, o brilhantismo ímpar do plot, que, embora não seja plenamente original, cria uma fábula criativa (com direito a grand finale) e inteligente.



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