Sétima Arte em Destaque: Deadpool

Por Gabriel José – Estudante de Cinema da Uesb

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Temos aqui 3 filmes em um: uma história de origem, um romance, e uma vingança, tudo envolta de uma camada de humor autorreferencial que é muito eficiente. O filme é violento, imaturo, debochado, vulgar dependendo do seu ponto de vista, mais acima de tudo é engraçado, é hilário , e isso se dar ao fato do filme ter acertado o tom do seu protagonista, finalmente a Fox acertou uma.

Deadpool , é primeiro longa-metragem do diretor Tim Miller, aqui ele insere todos elementos necessários para subverter os principais clichês do gênero, e quando isso não é possível ele tira sarro desses clichês. A narrativa é não linear, não tem aquela velha estrutura de filmes de super-herói: herói descobre seus poderes, identifica um vilão e confronto com o vilão , Deadpool é muito mais que isso.

A história de origem do personagem, com o ex-militar e agora mercenário Wade Wilson tornando-se Deadpool após se submeter a um procedimento que lhe daria o fator de cura necessário para ser curado do câncer que estava lhe matando. Enganado pelo responsável pelo laboratório, Ajax (Ed Skrein), Wade tem sua vida destruída e embarca em uma jornada de vingança, armado com sua quase imortalidade, um senso de humor que beira a loucura e suas habilidades para causar destruição.

O roteiro também precisar ser enaltecido, existe uma quantidade absurda de piadas curtas e 90%  dessas piadas funcionam. O roteiro é muito sagaz e inventivo, o humor já começa nos créditos iniciais do filme que aliais são sensacionais, o filme é incessantemente cômico e tira sarro de tudo e de todos: Liam Neesoon , m  Judy Bloom, Matrix Spin Doctors  , o próprio estúdio da Fox, fracassos da carreira do Ryan Reynolds é uma explosão de referência a cultura popular.

Ryan Reynolds está perfeito, ele cria um anti-herói, que não está nenhum pouco preocupado em ser politicamente correto, mas é puro carisma. Impossível não torcer por ele. Mas o verdadeiro milagre que Reynolds fez aqui foi tornar Wade Wilson tão interessante quanto Deadpool. A química entre ele e Morena Baccarin, que faz a prostituta Vanessa, namorada do mercenário, faz com que o público acredite e invista no relacionamento entre eles, muito por conta do charme da atriz, que transforma Vanessa em uma figura tão quebrada quanto o próprio Wade. A cena em que os dois trocam traumas de infância remete a “Máquina Mortífera 3”e a sequência que mostra o namoro dos dois através dos feriados já é antológica.

Não é só o fato daquele homem que se gabava de seu histórico de mortes agora só fazer trabalhos defendendo os indefesos que chama a atenção no mercenário, mas o carinho genuíno que ele tem para com sua cara-metade. A justaposição das maluquices de Deadpool e os momentos mais ternos de Wade dão credibilidade à loucura do anti-herói e tornam suas motivações mais críveis.

 

Filmes de super -heróis estão cada vez mais parecidos, portanto Deadpool é um alívio , porque é a grande prova de que nas mãos certas, o gênero mais trabalhado do momento , pode render grandes filmes .



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