Especial Conquista: Laboratório The Biritas

Por Mariana Kaoos

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Igor é um menino. Um menino diferente de todos os meninos das redondezas. Tem olhos bem escuros e cabelos cacheados. É do signo de libra. Calmo, quieto, observador. Desde pequeninico, ele sempre foi curioso para os segredos da existência. Adorava mexer com números e brincava de fazer poções, misturas estrambólicas que, para a surpresa dos pais e irmão, no final das contas, sempre possuíam um gosto agradável. Se auto intitulava explorador. Nos finais de semana, Igor colocava seu tênis nos pés, a mochila nas costas, enchia de água seu cantil e ia explorar canto por canto da cidade em que morava.

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Quando cresceu, digo, quando ganhou mais alguns anos de vida e finalmente saiu de casa, Igor foi morar na cidade grande. Ah, as luzes e cores de Vitória da Conquista enchiam de encanto os olhos do menino. Embora tivesse adquirido barba, voz grossa e todas essas outras coisas que homem grande possui, Igor ainda era um eterno menino cheio de paixão e pureza no peito. Na época, ele viera para Conquista porque passara no vestibular de física, na Uesb.

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E foi mais ou menos nessa época em que tudo aconteceu: Igor desenvolveu alguns gostos peculiares. Descobriu um time de rugby na cidade e logo se pôs a jogar. Em paralelo a isso, o menino se apaixonou, subitamente, pelo universo da fotografia. Ah, eram cliques pra lá, cliques pra cá o tempo inteiro. Por fim, Igor, como todo estudante universitário descortinou um novo caminho de prazeres e surpresas. Começou a ir para festas, a paquerar e a beber. Bom, a questão da bebida na vida de Igor é o grande motivo para a escrita dessa matéria e é exatamente sobre que isso que agora eu vou falar.

Igor tem um irmão, chamado Billy, com o qual é muito apegado. Ambos, sempre nutriram um apreço pelo universo etílico. Não pelos efeitos que a bebida pode causar, mas sim pelas inúmeras sensações de prazer que ela proporciona ao paladar de quem a consome. Os dois veem a bebida muito mais como um produto cultural e de qualidade do que um mecanismo capaz de alterar o corpo e a mente dos indivíduos.

Partindo desse pensamento, certa vez, Billy estava passando uns dias na Península de Maraú quando bateu aquele calor gostoso e lhe deu vontade de tomar um drink. Se dirigiu ao bar mais próximo e lá viu um norueguês cheio de manhã preparando um Sex On The Beach. Pronto. Foi suficiente. Billy saiu de lá totalmente encantado, contando com afinco todas as novidades e experiências para Igor. Foi lá que ele aprendeu a diferença entre drink e coquetel (coquetel possui derivados de leite, como leite condensado, e drink não) e pode ver de perto o preparo de algumas bebidas realmente deliciosas como o Mojito, o Blue Lagoon e a Piña Colada.

E ai, já dá para imaginar o resultado disso tudo, não é mesmo? Papo vai, papo vem, os irmãos começaram a fazer umas misturebas de fruta tal, com xarope de não sei o que, com aquela bebida ali, não, espera, aquela outra lá, isso, agora pega o gelo, coloca mais três colheres rasas de açúcar mascavo, ah, não, não, pode ser açúcar normal mesmo, vai, pega tudo, joga na coqueteleira e chac, chac, chac, chac, chac, chacoalha direitinho. Pronto, agora é só servir, de maneira delicada, no copo certo, colocar o canudinho e beber.

Ou não. Igor e Billy já estão a pouco mais de um ano e meio percorrendo esse caminho da criação de drinks, que requer muito esforço, dedicação e conhecimento de química e matemática, dentre otras cositas mas. Algumas invenções deram muito certo como o Chococcino, Turmalina, Sunset Citrus e Caipiripa. Já outras, foram empurradas goela abaixo a muito custo.

Desde outubro de 2015, os meninos fizeram um canal no Youtube ensinando os drinks que eles criaram. Intitulado Laboratório TheBiritas, o canal solta dois vídeos semanais. Um todas as quartas e outro todas as sextas. Por lá, rola de tudo, mas absolutamente de tudo o que você possa imaginar. Já tiveram drinks especiais com a catuaba como ingrediente principal, drinks utilizando cervejas artesanais produzidas em Vitória da Conquista e até mesmo drinks temáticos a depender da estação do ano. A proposta, de agora em diante, é que o Laboratório se expanda e que esses drinks possam ser vendidos em bares e lugares especializados da cidade. Enquanto isso não acontece, dá para ficar de olho no canal, anotar as receitinhas e fazer tudo em casa, com os amigos, desfrutando de cultura e qualidade.

Achou bacana a ideia dos meninos? Clica aqui então, ó.



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