Opinião: O protesto no país

Por *Vilmar Rocha- Colunista do Blog do Rodrigo Ferraz

aab8ef7b-3bc8-48b3-8d00-e029721a3b07

Vimos, nesse domingo, vários brasileiros mobilizados em protesto nas ruas pedindo o fim da corrupção e o impeachment da presidente Dilma Rousseff. Esse não é o primeiro e talvez o dia do evento não tenha sido escolhido aleatoriamente, visto que o 13 é o número do Partido dos Trabalhadores.

Chamo a atenção do caríssimo leitor que não podemos nos esquecer de que se caso o impeachment aconteça, quem assume a presidência da república é o vice-presidente e se ele cair, quem assume é o presidente da Câmara dos Deputados, cargo que hoje é ocupado por Eduardo Cunha, que está com um processo de cassação tramitando na Conselho de Ética da casa.

Enfim, as opiniões dos manifestantes e daqueles que são pró-Dilma obviamente divergem e os motivos são variados, mas creio que a fundamentação da divergência é a assimetria social que existe em nosso país.

Os manifestantes, assim como o restante da nação, querem, de fato, o fim da corrupção. Prova disso é que segundo o UOL, Alckmin e Aécio foram hostilizados na Paulista assim que chegaram ao movimento. Em suma, não se trataria de um movimento partidário, mas sim de uma mobilização nacional em prol da melhoria de vida dos cidadãos. Pelo menos, deveria ser.

Na recente história da democracia do nosso país, a última vez que se viu algo parecido foi quando os brasileiros exigiam a saída do então presidente Fernando Collor, que, salvo engano, congelou os saques das poupanças em todo território nacional, o que impediu que os poupadores tivessem acesso ao seu dinheiro e muita gente quebrou.

Então, o que se vê hoje é o desejo de superação da crise que assola os brasileiros, pois o acesso aos bens materiais foram minimizados. Logo, não se compra mais como se comprava há alguns anos e a roda está em movimento muito lento. A questão então é o dinheiro, ou melhor, a falta dele.

O questionamento que faço é em relação aos bens sociais, como educação saúde e segurança. De fato, o Brasil se mobilizou quando o bolso do brasileiro foi atingido.  E onde estão os protestos por uma educação pública de qualidade e por um atendimento decente nos hospitais? Onde estão os manifestos por segurança? Pensem, se tivemos acesso facilitado a esses bens sociais, o dinheiro sobraria, não sobraria?

Sobre a corrupção, não sejamos focados apenas no poder público. Para que haja uma real tentativa de mudança, vamos ensinar aos nossos filhos que furar a fila do lanche é ser corrupto, não devolver o lápis do coleguinha também é ser corrupto e que o ‘jeitinho brasileiro’ é feio. Poderia citar vários outros exemplos do cotidiano e que passam batido e que a gente quase não se preocupa em evitar.

Creio, por fim, que é preciso que haja uma reflexão acerca de uma possível revisão de valores pela nossa gente para que assim, a corrupção seja definitivamente banida do nosso contexto.

*Vilmar é licenciado em Letras pela Uneb e professor de Português, como idioma vernáculo e inglês, como língua adicional. É pós-graduando em Ensino de Línguas Mediado Por Computador pela UFMG e Mestrando em Letras: Cultura, Educação e Linguagens na Uesb. Também é Administrador e Especialista em Gestão Empresarial. Já trabalhou na gestão de contratos e desenvolveu projetos socioambientais.



Artigos, Destaques, Notícias, Política, Vitória da Conquista

Comentário(s)