Tome Nota Especial: O Estado laico, a Revista da Mega e outras coisinhas mais…

Por Mariana Kaoos

Queridos, ói eu aqui de novo! Vocês não dimensionam a minha imensa alegria em estar escrevendo uma segunda edição do Tome Nota dessa semana para vocês. Imensa alegria porque se houve essa demanda extra de escrita, ela só pode significar duas coisas:

– Novas iniciativas e questionamentos acerca do cotidiano da cidade têm surgido com mais afinco.

– A produção cultural está fervendo em Vitória da Conquista.

E é isso mesmo. Ao que parece 2016 será O ANO da produção, distribuição e consumo de cultura de qualidade nos quatro cantos da cidade. Em diversos formatos, cores, sabores e opções, as propostas culturais que vêm surgindo por aqui evidenciam uma preocupação com a diversidade. Digo isso, porque elas atiram para todos os lados. Tem teatro, dança, literatura, jornalismo, música e o que mais vocês possam imaginar. Os produtores conquistenses estão com sangue nos olhos, ávidos por fazer e acontecer. Em contra partida, os críticos sociais não deixam barato. Análises sobre a cultura, a política e a vida no geral em Vitória da Conquista estão sendo feitas aqui e ali, de lá para cá. Será esse um indício de que o gigante acordou? Rs.

Bom, entre questionamentos, gracinhas e reflexões, segue aqui mais um tanto de coisa legal para ver, pensar e consumir durante a semana:

A religião é o ópio do povo?

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Raciocinem comigo: Apesar de não ser bem verdade verdadeira, a nossa Constituição nos afirma que o Brasil é um país laico, ou seja, nós não somos guiados, nem possuímos uma doutrina religiosa oficial. A justiça da mesma maneira. Ela julga através de leis, códigos, regimentos, normas e assim por diante. Em hipótese alguma a religião pode influir na criação, tampouco aplicação de leis. Outra importante informação é que se o Estado é laico, consequentemente os poderes públicos municipais também são. Vocês já estão entendendo aonde eu quero chegar? Não? Então vamos lá…

O poder público não pode escolher, adotar ou até mesmo privilegiar determinada doutrina religiosa porque, isso vai contra a nossa Constituição. E, o que vai contra a nossa Constituição pode, em algum momento, agredir moral e eticamente algum cidadão brasileiro. Pois bem, continuando na minha linha de raciocínio, o poder municipal é o responsável pela manutenção de alguns espaços públicos da cidade a exemplos de praças, jardins, ginásios, higienização local e mais alguns outros pontos.

Dia desses estava passando pela Praça do Fórum, ali no centro e me deparei com um enorme monumento, bem em frente à entrada do Fórum João Mangabeira, contendo nada mais nada menos que os dez mandamentos bíblicos. Fiquei estarrecida. Fiquei estarrecida em primeiro lugar porque a praça, assim como várias outras praças da cidade, estava, visivelmente, sem nenhuma assistência e, em segundo lugar porque não compreendi a incorporação de um monumento religioso dentro dela. Isso não deveria ser ilegal?

Conversando aqui e ali, soube também que a Praça Vitor Brito é conhecida como Praça da Bíblia porque possui outro monumento com versículos bíblicos. Fui fuçar em alguns lugares e descobri que o empresariado pode adotar praças da cidade (exemplo disso é a praça que a Arena Miraflores adotou, próxima a UESB). Contudo, ainda que a Praça do Fórum e a Vítor Brito fossem adotadas pelo poder privado, ele não teria autonomia de construir monumentos religiosos.

Sendo assim, fica aqui o questionamento: Por que não há higienização, cuidado e manutenção com as nossas praças locais, mas, em contra partida, há monumentos de doutrinas religiosas? Será que ninguém nunca percebeu ou se revoltou contra isso? É com dinheiro público, dinheiro de nossos impostos que esses símbolos religiosos são construídos? E se eu reivindicar pelo arco e flecha de Oxóssi, querendo que ele se torne monumento de praça pública, o meu pedido será aceito, ou ele vai contra as regras da Constituição?

Porque a frase, o conceito, o enredo e o verso e, sem dúvidas, sobretudo o verso, é o que pode lançar mundos no mundo:

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Hum, você é daquelas pessoas ficcionadas pelo universo da literatura? Não pode ver um lançamento que já dá aloka e quer comprar? Livros e principais influencias literárias é pergunta chave antes de iniciar um namoro ou até mesmo uma amizade? Ah, então eu tenho aqui uma notícia super quente delícia: Pode ficar feliz porque tem blog novo sobre literatura na cidade sim.

A ideia partiu de um casal bacaninha modernoso que possui uma paixão em comum: o amor pela literatura. Na verdade eu estou falando de Maria Eduarda Carvalho, a Duda do blog Um Rolê No Índico, e de Joabe Teixeira, estudante de geografia, na UESB.

Desde o início do relacionamento, eles sempre trocavam livros um com o outro, além de ficarem horas e mais horas conversando sobre esse ou aquele personagem dos mais variados autores. Nutrindo um amor voraz pelas palavras e pensando na necessidade de falar sobre isso, eles decidiram criar o Amor Táctil. O nome é inspirado em uma canção de Caetano Veloso, intitulada Livros. O blog, por sua vez, entra com tudo nas mais inusitadas obras literárias e oferece um ponto de vista bacana sobre cada uma. Ou, como afirma Duda, Amor Táctil é um espaço desleixado (mas nem tanto assim) e sem pretensões que eles usam para compartilhar os livros que leem.

Delicinha, não é mesmo? E ai, você se interessou? Então vem cá, vamos desfrutar desse universo literário juntos. É só clicar aqui, oh: http://amortactil.tumblr.com/

Colhendo bons frutos:

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Não sei se você já ouviu falar, mas fontes seguras afirmam que a classe mais desunida profissionalmente são os jornalistas (eu também acrescentaria produtores culturais no bolo). É uma briga, uma disputa, uma rixa para saber quem vai dar o furo de reportagem, quem vai colher as melhores informações e quem vai escrever melhor sobre todas elas. Tudo isso, sempre atrelado ao egocentrismo e prepotência que, na maioria dos casos, nós, jornalistas possuímos. Admito que as vezes nos confundimos, invertemos os papéis e achamos que somos nós as grandes estrelas da sociedade.

Aí, se nossos trabalhos, se nossas posturas são criticadas, a primeira reação que temos é a de revolta. Por que não é possível que hajam criticas negativas sobre algo que realizamos com tanto afinco, não é mesmo? Não é possível que existam ideias e iniciativas melhores ou tão boas quanto as nossas, porque isso é uma ofensa para a nossa vaidade.

Bom, fazendo uma autocritica diária e vigiando as nossas posturas, para que o ego não se sobressaia, dá para sermos jornalistas conscientes e íntegros com os nossos colegas de profissão e com nós mesmos.

Sendo assim, é com muito respeito e muita alegria com que venho falar da mais nova iniciativa jornalística de Vitória da Conquista: a Revista Mega. Na verdade, ela é uma parceria entre a Mega Rádio VCA e a Revista Gambiarra. Com uma tiragem inicial de mil exemplares, e num valor de quatro reais e noventa centavos, a Revista Mega já está circulando por todo o município. Ela possui uma periodicidade mensal e tem como propósito oferecer ainda mais informação à população local. Então tem reportagens, entrevistas, matérias culturais, analise de conjuntura política, dentre vários outros temas interessantes de se conhecer.

A identidade visual da revista é super bacana e a qualidade de impressão também. Quem quiser adquiri-la pode comprar na Banca Central, no centro, bem como na banca de revistas do supermercado Rondelli, na Avenida Olívia Flores.

Rapidinho é mais gostoso:

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Queridos, se tem uma coisa da qual não podemos reclamar é de falta de opção do que fazer nessa sexta feira. Porque olha, tem para todos os gostos, estilos e condições financeiras. Certamente, que todas as programações são de altíssimo nível e qualidade. Então, para você que ainda não têm planos, fique ligado nas dicas da Kaoosinha:

– Lys Alexandrina no Café Society: Lys é maravilinda e canta bonito que nem passarinho. Nessa sexta feira, ela preparou uma apresentação voltada para o sambadelícia, bossa nova e música popular brasileira no geral. O couvert fica a R$8,50 por pessoa e o horário, a partir das 21 horas.

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– Dee Jay Jam no Canto do Sabiá: Nessa sexta também vai rolar discotecagem das boas. A novidade é que, em todas, o formato será num estilo duelo de djs. Loroo Voodoo x Bag Ô, Lethal x Lil Chen e 404 x Skenov. Para quem curte um som eletrônico, a diversão é mais do que garantida. Os ingressos estão no valor de dez reais por pessoa. A partir das 21 horas.

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– Monólogo no Teatro Municipal Carlos Jehovah: Para os amantes do teatro, essa é, de longe, a melhor opção para sexta a noite. A partir das 20 horas, haverá um monólogo com Keu Souza, integrando artes cênicas e elementos musicais. A direção é de Drica Amorim, professora de dramaturgia do curso de Cinema e Audiovisual da UESB e conta com o apoio da Secretaria de Cultura do município. A entrada é franca.



Cultura, Destaques, Vitória da Conquista

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