Indicados ao Oscar 2016: A Grande Aposta

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Por Gabriel José – Estudante de Cinema da Uesb

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Em 2008, a bolha imobiliária dos Estados Unidos estourou e quase acabou destruindo o sistema bancário daquele país. Devido ao peso que os EUA exercem na economia mundial, a crise acabou se espalhando por todo o globo e levando inúmeros países a entrar em crise econômica profunda. Muitos, à época, se perguntaram: como ninguém percebeu que isto aconteceria? Não é verdade. Algumas pessoas perceberam, sim, o que aconteceria e se aproveitaram do desastre inevitável para lucrarem em cima. O filme A Grande Aposta conta exatamente a história deste pequeno grupo de pessoas que entenderam melhor o que aconteceria antes de todo mundo.

Um jovem executivo, dono da sua própria empresa de investimentos, Michael Burry Christian Bale, , fum pouco tímido por ter um olho de vidro, analisando os números de investimentos no mercado imobiliário percebeu que devido a alguns tipos de negociações realizadas, o ritmo do mercado não se sustentaria por muito mais tempo e resolveu fazer investimentos contra o mercado.

Um executivo de um dos bancos procurados por Burry, Jared Vennett Ryan Gosling, ao contrário dos outros que acharam Burry louco, percebeu que ele poderia ter razão, sim, e resolveu, por conta própria, oferecer o mesmo tipo de negociações criado por aquele para outros clientes. Burry, então, oferece estes papéis para um outro banco de investimentos, uma representante do banco de investimentos Merryl Lynch, presidida por Mark Baum interpretado por Steve Carell.

O roteiro foi baseado em mais um best-seller de Michael Lewis, A Jogada do Século – The Big Short (2011). A dupla de roteiristas que o adaptou foi Adam McKay e Charles Randolph. Este só escreveu para as telas grandes dois roteiros, A Intérprete (2005) e Amor e Outras Drogas (2010), uma adaptação, também. Já McKay, também diretor deste longa, escreveu Homem-Formiga (2015) e Tudo Por um Furo (2013), que ele também dirigiu. McKay é mais especializado em dirigir comédias e isso fica claro para o espectador ao longo do filme, apesar deste não ser propriamente uma produção desse gênero comédia. Este filme é mais no estilo rir para não chorar.

O elenco como todo, tanto os protagonistas, quanto os coadjuvantes, está muito bem. Não há um ator que esteja abaixo da alta média imposta por este grupo de atores. Até por causa deste excelente elenco reunido, seria complicado alguém estar ruim. Merecidos destaques vão para Steve Carell e Ryan Gosling. Os dois sempre surpreendem quando estão na tela grande. Carell tem acertando na escolha de seus personagens e este não foge a regra do tipo que ele tem escolhido: o homem com a aparecia normal, mas que na realidade, é um ponto fora da curva. Ryan Gosling também escolhe personagens que ele possa fazer coisas diferentes e este é um deles. E Gosling acerta o tom que o personagem exige do ator para interpretá-lo.
O longa, com um pouco mais de duas horas de duração, deixa claro como o mercado financeiro era e ainda é – completamente sem regulamentação e sem fiscalização. Como fica bem claro durante a investigação do personagem de Steve Carell, principalmente ao visitar a agência de classificação de risco,  em uma das melhores sacadas do filme sobre este player do mercado financeiro. À época, mesmo que você tivesse apenas um olho, mas fosse observador, perceberia para o quê o mundo estava caminhando. Infelizmente, quem percebeu isso, só teve tempo de ganhar com as perdas dos outros.\

A Grande Aposta é um filme importante, que precisa ser visto, mas não merece o Oscar de Melhor filme.



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