Indicados aos Oscar 2016: Brooklyn

Por Gabriel José – Estudante de Cinema da Uesb

Brooklyn

Todo ano a academia indica na categoria , melhor filme, uma produção vinda da  Europa, ou de língua inglesa, costuma -se dizer que é uma tradição da própria academia , nas características mais notáveis desses países , que chamam à atenção dos membros votantes. Este ano a bola da vez , ao lado do maravilhoso Quarto de Jack , (Que em breve , também comentarei aqui ), está “Brooklyn”.

O roteiro nos apresenta , uma jovem esforçada chamada Ellis, vivida com a competência já conhecida por Saoirse Ronan, indicada ao Oscar pelo papel. Jovem e inexperiente, Ellis decide deixar as limitações da Irlanda e partir para os EUA. Com a ajuda da irmã, com quem tem uma forte ligação, arranja um emprego e uma moradia em Brooklyn, bairro de Nova York. Ao chegar, enfrenta os clássicos desafios da adaptação cultural e saudade de casa, fazendo-nos pensar muitas vezes que ela simplesmente não vai conseguir. A menina, contudo, amadurece, aprendendo a desenvolver suas características interpessoais e enfrentar os desafios da vida independente.

“Brooklyn”, é um filme bonito e delicado, um pouco entendiante no primeiro ato, mas que ganha folêgo no ato seguinte de uma forma tão intensa que você se apega a sua protagonista , questionando suas atitudes , esse quesito é um fator muio interessante porque, durante o primeiro ato estava achando  o filme chato e arrastado, mas surpreendentemente o filme te conquista de tal forma que o espectador se inquieta com as atitudes que a personagem toma ao longo da história .

Como pano de fundo da trajetória de Ellis, está a história das imigrações nos Estados Unidos, especificamente em Nova York e com destaque aos italianos e irlandeses, fundamentais na construção do país. A jovem Ellis, ela mesma, no melhor estilo Blache Dubois, dependendo da Bondade  de estranhos desde quando embarcou num navio para cruzar o Atlântico, completa sua jornada pessoal quando se vê ajudando a outros como ela, da mesma forma como um dia foi ajudada.

Desde sua vida na Irlanda, sem a figura paterna, até a casa em que se hospeda no Brooklyn, junto a outras tantas meninas vindas de outros lugares, a protagonista está sempre rodeada por mulheres, todas cheias de sonhos. Assim, a trama de Ellis torna-se mais doce e singela, embora a garota tenha um notável crescimento, muito dependente da habilidade da Saoirse em moldar diferentes facetas de sua personagem.

Ainda que o dilema principal da história demore a acontecer e que tudo se desenrole fácil demais para a jovem Ellis, existe uma poesia no drama de Colm Tóibín que  a direção de Nick Hornby consegue capturar muito bem. Assim, com elementos melodramáticos funcionando quase sempre na dose certa, “Brooklyn” oferece a uma jovem atriz a chance de brilhar tanto quanto sua adorável personagem.



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