Por Marcísio Bahia
Feriado na terça (21/04) e, como de praxe, “enforca-se” o labor da segunda-feira. Sobrando algum tostão ou mesmo no cartão de crédito, quem está no planalto quer “correr” para o litoral. Merecido descanso para trabalhadores e estudantes estafados pela rotina. Não se dá nem mais ao trabalho de ir ao supermercado conquistense fazer uma feira generosa para levar à casa de veraneio, pois por lá os supermercados estão fornidos, com preços inflados pela ocasião, esperando pelos tostões dos generosos visitantes da terra do frio.
É até chato bater na mesma tecla, porém os hábitos de uma significativa parcela da população conquistense prejudicam a cidade, sem que isso seja notado ou falado. Nas rodinhas de conversa, às vésperas do feriadão, tem que se exibir o destino turístico praiano como uma forma de status local. O que não se percebe é a evasão de nossas divisas financeiras. Talvez o ramo das oficinas ainda comemore um pouco o feriadão, mas a maioria do comércio local lamenta a ausência da clientela, nesses dias dedicados ao veraneio.
Os supermercados, as casas destinadas ao lazer e as ruas ficam vazias, dando uma sensação de abandono para quem fica, com apenas uma parcela desfrutando do “lugar ao sol”. Tem gente que volta com dívidas da viagem para quitar em meses vindouros, e o consumo local cai vertiginosamente nesses dias que antecedem e sucedem o feriado prolongado.
Será que não é chegada a hora de se procurar alternativa local de lazer nesses dias destinados ao descanso do trabalhador, pois até as estatísticas das estradas assustam os mais bem informados. Se há uma graninha extra para gastar, porque então não se promove encontros familiares na própria cidade, circulando a moeda em nosso comércio, e fazendo despencar as estatísticas de acidentes nas estradas. Claro que isso seria uma manifestação voluntária de amor à cidade; e nem de longe estamos querendo afirmar que a ida ao litoral não tenha suas delícias.
Tiradentes é considerado um mártir patriota, que doou a vida pelo seu país. A maioria das pessoas nem sabe que a data, o feriado, é para homenagem à bravura de um homem quer lutou contra a maior evasão de divisas que esse país viveu no período colonial. Os costumes que se repetem ao longo dos anos fazem com que nossas ações sejam automáticas, e que a única forma de diversão no feriado seria viajar para o litoral, mesmo que por lá a água das praias esteja poluída, os preços majorados, e o perigo de acidentes acenda a luz de alerta para o cidadão que somente entende como lazer qualquer atividade fora da cidade onde vive, mesmo que o prazer venha recheado de sacrifícios.
